A Privataria é Imortal: campanha ganha corpo e avança contra FHC

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Esbanjando bom humor, Altamiro Borges (Blog do Miro) e Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada)  fizeram o preâmbulo, ridicularizando o mau gosto da indicação do tucano, citado para a cadeira 36 da ABL pela pena de Celso Lafer, o submisso ex-ministro de FHC. Sem o mínimo de dignidade e respeito à representação do povo brasileiro, de forma vexatória, recordaram, Lafer retirou os sapatos para entrar nos Estados Unidos.

Amaury Ribeiro responde blogueiros

Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania) lembrou que o silêncio dos grandes conglomerados de comunicação sobre a obra “imortal” de Amaury fala por si, e da repulsa popular à grande “obra” de Fernando Henrique, a dilapidação do patrimônio público nacional. “Na caminhada até a sede da ABL para protocolar a candidatura do Amaury vamos lançar a campanha ‘A cadeira 36 é nossa’, para que FHC não a privatize”, ironizou Sérgio Cruz, representando o jornal Hora do Povo.   

Rodrigo Viana (O Escrevinhador) condenou a tentativa de “assassinato da reputação” de Amaury, jornalista que trabalhou em O Globo, Correio Braziliense, IstoÉ, Estado de Minas, e hoje é produtor especial de reportagens na TV Record, e que já ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. “Esses jornais que Amaury trabalhou, inclusive para a família Marinho, começaram a tratá-lo como um cidadão de segunda classe, quase como um bandido”, frisou Rodrigo, denunciando o “cerco pessoal” a que o jornalista foi submetido.

Para Joaquim Palhares, coordenador da Carta Maior, como a figura de Fernando Henrique está colada com as privatizações, “com um governo que quebrou o país três vezes”, a candidatura de Amaury representa o necessário contraponto das forças progressistas e da nação brasileira.

CONTRA DILMA, MÍDIA TIROU A MÁSCARA

Amaury avalia que os conglomerados privados de mídia tiveram um papel militante, de oposição à candidatura de Dilma Rousseff, perfilados com o tucano José Serra. “Na eleição passada a imprensa tirou a máscara mesmo, nem tentou disfarçar, e partiu para a canalhice de vez. Disseram: nós temos candidato e vamos fazer qualquer jogo sujo. Perderam a vergonha mesmo. Só não foi uma tragédia graças a vocês, que eles chamam de ‘blogueiros sujos’, que fizeram a diferença e evitaram um massacre. Se não fossem vocês, eu também estaria morto”, declarou.

Essa campanha de desinformação e calúnias da mídia tinha um propósito. “Todos os dias eles me colocavam no jornal Nacional como um bandido”, lembrou o autor, alertando que para levar Serra ao segundo turno era necessário blindá-lo e acusar os denunciantes sobre os crimes da privatização. Essa “verdadeira roubalheira” tem sido escondida, "porque não há um promotor de justiça, delegado da Polícia Federal ou juiz que não tenha o livro, só não tem apuração".

“CONCESSÃO É PRIVATIZAÇÃO”

Ao condenar a "maquiagem de privatização" atualmente em curso no país, Amaury destacou que  “concessão como a dos aeroportos,  de certa forma é privatização”. “Isso foi a maior bobagem que esse governo fez, pois conseguiu levantar uma coisa que estava praticamente morta”. [O processo de “privatizações através de concessões” foi assumido pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que tem outra avaliação sobre a “bobagem”]. Infelizmente, disse Amaury, “agora temos que ouvir a Elena Landau dizer que a Dilma é a mãe das privatizações”, o que além de ser ruim para o país, desarma a militância do ponto de vista político e ideológico e confunde a população. Essa inflexão do governo, informou, repercutiu negativamente nas vendas do seu livro, que tiveram vertiginosa queda após o anúncio dessas "concessões", jogando um balde de água fria na contundência da denúncia.

Anunciando que vem aí a Privataria II, o autor recordou que o tema das privatizações é uma marca de um momento histórico cuja “tragédia” não deveria ser jamais esquecida, pelo que representou enquanto dilapidação e entrega do patrimônio público, mas também enquanto dramas pessoais, pois “teve gente que se matou”.
Sobre a campanha popular em defesa da vaga na ABL, o autor foi enfático: “O candidato é o livro, a privataria é imortal”.

Por Leonardo Wexell Severo