7 de dezembro de 2024

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Movimentos chamam para 15/3 e criticam apoio da mídia à reforma da Previdência: ‘questão de classe’

Foto: Felipe Bianchi/Barão de ItararéPor Felipe Bianchi

Representantes da Frente Brasil Popular e da Povo Sem Medo concederam coletiva nesta terça-feira (14), em São Paulo. Em pauta, a preparação das mobilizações nacionais contra Temer e a reforma da Previdência. Marcado para o dia 15 de março, o ato deve ocorrer simultaneamente em todas as capitais do país, além de diversas cidades de médio e pequeno porte.  A pauta é clara: se você não lutar, sua aposentadoria vai acabar!

O papel jogado pelos donos da mídia no país foi bastante criticado durante a entrevista. Edson Carneiro, o Índio, da Intersindical e Povo Sem Medo, foi tachativo: a imprensa monopolista impulsiona a agenda do desmonte do Estado. “Eles sustentam a falácia do rombo na Previdência e pregam o ‘austericídio'”, diz.

Para ele, a posição favorável à reforma da Previdência tem a ver com uma questão de classe. Mas não só isso. “Além do compromisso com as elites, as empresas têm compromisso com quem os financia, como os bancos. Não é à toa que você ouve o Carlos Sardenberg defender a reforma na CBN e, na sequência, entra uma propaganda de um banco oferecendo a previdência privada”.

Neste cenário, os movimentos avaliam que os coletivos de mídia alternativa, a imprensa sindical e os ativistas digitais são fundamentais para romper o histórico bloqueio do monopólio midiático sobre a luta contra o golpe na aposentadoria. “Claro que não podemos crucificar os trabalhadores e trabalhadoras dos grandes meios, mas quem democratiza a comunicação e traz a informação livre dos interesses escusos do podeor econômico são as mídias alternativas”, defende Índio.

Apesar da proporção ser como Davi para Golias, Roberto Leão, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE), também aposta na força dos meios contra-hegemônicos. “É um duelo desigual”, reconhece, mas o 8 de março prova, segundo ele, que com povo na rua e com o uso de ferramentas como a Internet por parte do movimento sindical e dos movimentos sociais, fica difícil invisibilizar a luta.

Apesar de haver contradições da base governista sobre o projeto, a ampla mobilização popular é urgente e necessária. “Com as mudanças que alguns parlamentares defendem, a proposta passa de trágica a apenas muito ruim. Não há saida”, defende Douglas Izzo, da CUT.

Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, destaca que a mobilização massiva ocorre ao mesmo tempo que o governo Temer chafurda em meio às denúncias de corrupção. “O que este governo está fazendo é desmontar o Estado em meio à ameaça constante de queda das suas principais figuras”, diz.

A ideia, segundo Bonfim, é ampliar a pressão contra a reforma também para intensificar a pressão sobre Temer, enrascado na teia de delações da Odebrecht. “Temer e seu governo podem até sobreviver às águas de março, mas será difícil resistirem a esse mar até 2018”.

As mobilizações acontecem em todo o país. Confira aqui a lista dos locais e horários previstos e já confirmados: http://www.frentebrasilpopular.org.br/noticias/atos-contra-a-reforma-da-previdencia-acontecerao-em-todo-o-brasil-no-proximo-dia-9e2e/