23 de novembro de 2024

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Richa vira réu por massacre, mas mídia abafa

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o governador tucano Beto Richa e outras cinco pessoas viraram réus numa ação civil pública por improbidade administrativa. O motivo: o massacre promovido em Curitiba, em abril, contra a greve dos professores, que deixou quase 200 feridos. Para o Ministério Público do Paraná, o carrasco do PSDB deu “respaldo político, institucional e administrativo” à violenta ação da PM, que envolveu mais de 1.600 policiais com suas bombas de gás e balas de borracha. A decisão, porém, não teve maior repercussão na mídia privada. Não virou capa nos jornalões ou motivo de comentários nas emissoras de rádio e televisão. Afinal, todo tucano é santo!

Com o recebimento da ação pela Justiça, Beto Richa e os demais citados passam a ser réus e podem sofrer punições. O MP sustenta que o governador e os outros acusados contrariaram o legitimo direito de livre manifestação e de reunião, violando os princípios da administração pública – por isso a ação de improbidade. Além do grão-tucano, são réus o ex-secretário de Segurança, o capanga Fernando Francischini (SD-PR), e o ex-comandante-geral da PM, Cesar Kogut. Ambos foram exonerados dos cargos logo após o massacre. Também integram a ação outros três comandantes da PM: coronel Nerino Mariano de Brito (subcomandante da PM), coronel Arildo Luiz Dias (chefe da operação) e o tenente-coronel Hudson Teixeira (comandante do Bope).

Após as cenas de violência em Curitiba, que inclusive repercutiram internacionalmente, o cínico Beto Richa até “pediu desculpas”, mas alegou que a brutal repressão foi culpa dos “radicais” e criticou os grevistas. Agora, com a decisão do MP, ele tenta desesperadamente escapar da punição. “Ninguém em sã consciência queria o confronto. Só lamento que ninguém tenha abordado de forma responsável a defesa do Estado democrático de Direito, de se garantir o funcionamento de uma instituição como a Assembleia Legislativa”, afirmou nesta quarta-feira (30). Neste esforço, o governador do PSDB voltará a contar com a cumplicidade da mídia tucana, que abafará novamente o caso – da mesma forma como tem abafado os vários escândalos de corrupção no Paraná!