A jornalista Rebeca Mafra teve a casa invadida na tarde desta quarta-feira (11) no Rio de Janeiro. Rebeca estava no trabalho, na Barra da Tijuca, zona oeste, quando recebeu uma ligação do porteiro do prédio onde mora, na Lapa, região central, dizendo que um delegado queria entrar em seu apartamento. No telefone, ele ameaçou arrombar a porta se Rebeca não estivesse lá em 15 minutos. Segundo a jornalista contou à Fórum, por sorte uma vizinha tinha a chave e conseguiu abrir a porta.
Fonte: Revista Fórum
Quando Rebeca chegou em casa, tinham revirado todas as suas coisas e levado todos equipamentos eletrônicos, inclusive máquina fotográfica e cartão de memória. Rebeca afirmou à Fórum que não tem ideia por que foi alvo do mandado de busca e apreensão. Ela diz que nunca falou nada de Aécio nas redes sociais, que não não tem filiação partidária e nem é militante. Atualmente, ela trabalha com cinema.
Em nota, a equipe do senador disse se tratar de “investigação dos crimes praticados contra Aécio Neves por quadrilhas virtuais” e que “o PSDB, em nenhum momento, requereu a realização de busca e apreensão de quaisquer equipamentos ou documentos, sejam em residências ou em sedes de empresas. Os pedidos solicitados limitaram-se aos que são padrão nesse tipo de investigação, qual seja: oitiva de testemunhas, depoimento dos suspeitos já identificados como participantes da quadrilha, e providências para apuração se essas pessoas são remuneradas por terceiros pela execução dessas ações”.
Fórum teve acesso, com exclusividade, à decisão expedida pelo juiz Alberto Fraga da 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que acolheu requerimento do Ministério Público. A decisão diz que “o procedimento investigatório foi iniciado a partir de notitia criminis encaminhada pelo Exmo. Senador Aécio Neves, na qual noticia a prática reiterada de crimes contra sua honra através da colocação de comentários de leitores em sites de notícia, muitos dos quais não guardam qualquer pertinência com as notícias comentadas”.
O processo do MP diz ainda que haveria “indícios de que tais de comentários são lançados de forma orquestrada” e que a intenção seria “alterar os resultados dos mecanismos de busca na internet, como o Google, por exemplo, fazendo com que tais páginas – ainda que substancialmente irrelevantes – alcancem destaque nos resultados das pesquisas”.
Nas redes sociais, a medida tem sido considerada censura e um ataque à liberdade de expressão. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão para outras quatro pessoas.