A participação do Brasil de Getúlio Vargas na Segunda Guerra Mundial foi alvo de debate no Barão de Itararé, na terça-feira, 3. O evento foi motivado pelo lançamento do livro “O Brasil na Segunda Guerra Mundial”, de Teresa Isenburg, lançado no Brasil pela 22 Editorial. O jornalista Palmério Dória e o escritor Walter Sorrentino compartilharam a mesa com a autora.
Na obra, Isenburg retrata a história dos brasileiros membros da FEB na operação de ocupação da Itália no fim da Segunda Guerra. A autora, italiana e professora de Geografia política e econômica na Universitá degli Studi, de Milão, alerta que as tropas brasileiras são muito mais reconhecidas na Itália que no Brasil “O dono do Monte Castelo (região onde as tropas brasileiras atuaram) ofereceu, à época, um monumento ao povo brasileiro, que não foi levado adiante pelas autoridades daqui”, diz a autora.
Isenburg ressalta o fato de que, ao contrário do que muito se ventilava na imprensa à época, e que formou o imaginário popular, o Brasil não era uma nação irrelevante do ponto de vista geopolítico. “O Brasil sofreu forte pressão para apoiar um dos lados e a importância do país no cenário mundial não foi secundária”, afirma.
O escritor Walter Sorrentino, brasileiro e filho de um oficial italiano do exército fascista, ressalta a riqueza de detalhes da obra e também comenta a maneira como a história percebeu os membros do exército brasileiro nesse episódio. “Uma maneira de nos jogar na ignorância é termos vergonha de nossa história. A FEB foi injustamente desmoralizada”, protesta o escritor.
