9 de dezembro de 2024

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“Comunicação democrática é fundamental para educação de qualidade”, diz dirigente da UMES

Entre os dias 28 e 30 de junho, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo recebeu os participantes da 25ª Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). A atividade contou com a presença de especialistas, jornalistas, estudantes e movimentos que lutam por uma mídia diversa e plural. 

Por Redação/Barão de Itararé

Durante o debate sobre comunicação popular, o vice-presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) Santo André e diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) São Paulo, Tawan Antunes, denunciou medidas que foram tomadas durante o governo de Jair Bolsonaro e que estão sendo reforçadas pelo governo do estado e prefeitura de São Paulo prejudicando os estudantes. 

“No estado de São Paulo e em nosso país, estamos enfrentando um dos maiores projetos de sucateamento e desmonte da história da educação”, declarou o secundarista. 

Segundo ele, a comunicação é uma ferramenta fundamental que deve ser utilizada para combater o retrocesso. Ele acredita que espaços como o FNDC e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé são fundamentais para discutir e organizar estratégias coletivas de luta.  

Antunes ainda aproveitou a oportunidade para convocar um ato dos estudantes contra a militarização das escolas e o desmonte na educação, programado para  a próxima quinta-feira (4) às 9h, em frente ao Teatro Municipal.    

 Confira abaixo a íntegra do discurso: 

Quando falamos sobre comunicação popular, além de abordarmos a necessidade de democratizá-la, acredito que também discutimos a necessidade de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos.

No estado de São Paulo e em nosso país, estamos enfrentando um dos maiores projetos de sucateamento e desmonte da história da educação. Isso inclui um Novo Ensino Médio que elimina disciplinas essenciais para o pensamento crítico, além de políticas que excluem jovens das periferias das universidades, espaços historicamente negados a eles. 

Há também a falta de contratação de professores e um projeto que pretende retirar mais de 9 bilhões de reais da educação apenas em São Paulo. Vemos estudantes sendo removidos à força pela polícia de locais que chamamos de “Casa do Povo”. 

Como isso afeta todos nós presentes aqui? Como podemos mobilizar e articular uma ação contra tudo isso? Por que os jovens estudantes, que hoje são inseparáveis das redes sociais, não estão aqui para debater comunicação? Isso está claro! 

A extrema direita está determinada a acabar com nosso pensamento crítico e nos excluir dos debates que decidem nosso futuro. Então, como podemos disputar narrativas e alcançar essas pessoas? Em São Paulo, está sendo implementado outro projeto que busca apagar e restringir o pensamento: as escolas cívico-militares. Como as entidades aqui presentes estão se posicionando em relação a isso? Como este fórum pretende se posicionar? Este projeto visa colocar policiais militares aposentados em nossas salas de aula para ensinar ética e civismo. Mas que tipo de ética eles vão ensinar? Esses são projetos que afetam a juventude, que é o futuro do Brasil, mas também seu presente. 

Se não combatermos essas políticas que confinam os jovens em uma única direção, sem perspectiva de futuro, neste exato momento, não haverá política, plenária ou debate sobre comunicação que possa mudar essa realidade. Precisamos estar nas ruas, nas portas das escolas, nos morros, nas periferias, nos espaços de cultura popular, disputando as mentes e corações.

 Em 4 de julho, aqui em São Paulo, a aula será na rua, construiremos um ato contra a militarização e os desmontes da educação. Esse não é um chamado apenas para estudantes e professores, mas todos os que consideram a educação um dos pilares da sociedade, todos que frequentaram a escola e sabem que a educação pública está sendo precarizado cada dia mais. Portanto, quando falamos de comunicação popular, falamos de alcançar todas as pessoas, inclusive aquelas dos lugares mais distantes e precários, aqueles que vivem à margem da sociedade e não têm acesso a debates ou celulares. A disputa de narrativas não pode ser individual; este fórum tem o papel principal de discutir e organizar estratégias coletivas para isso.

Tawan Antunes

Vice-presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) Santo André e diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) São Paulo.