Um dia após o anúncio da tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros para os Estados Unidos feito pelo presidente Donald Trump, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé promoveu uma coletiva das mídias independentes, na quinta-feira (10), com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Por Érika Ceconi/Barão de Itararé
Durante a sabatina, transmitida ao vivo pelo canal da entidade no YouTube e de veículos parceiros, o ministro ressaltou o caráter político da decisão de Trump e condenou o ataque ao Brasil e à soberania nacional. “Nós temos muitas áreas de interesse em comum [com os EUA], é uma via de mão dupla que sempre foi vista com muita simpatia pelos dois lados. Não há racionalidade na tomada de decisão econômica”, disse.
Segundo Haddad, a família Bolsonaro arquitetou esse ataque ao Brasil, com o objetivo de escapar do processo judicial que está em curso. “O próprio Eduardo Bolsonaro disse à público que se não vier o perdão as coisas tendem a piorar […] esse golpe contra o Brasil e a soberania nacional foi urdido por forças extremistas dentro do país”, frisou.
Confira a íntegra do programa Barão Entrevista com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ao ser questionado sobre o ajuste no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o ministro da Fazenda informou: “O que estamos propondo é outro tipo de ajuste fiscal: aumentar a base de arrecadação a partir de quem ganha mais e contribui menos. Se super-rico, se Bet e se fintech não puder pagar imposto, não é em cima do salário mínimo que faremos ajuste”, alertou.
Haddad também destacou a importância de uma distribuição de renda mais igualitária: “De 54 países africanos, 47 têm distribuição de renda mais razoável que a do Brasil. Não podemos ser uma das 10 maiores economias e um dos 10 piores distribuidores de renda do planeta”.
Outro ponto abordado na entrevista foi sobre a postura do governo no combate às fake news. “A desinformação é um reflexo do vácuo que a esquerda acabou produzindo nas redes sociais, se você preencher isso com informação correta, o espaço para a desinformação vai diminuir”, concluiu.
Apresentado pela jornalista e coordenadora do Barão, Larissa Gould, a coletiva contou com a participação dos seguintes veículos: Brasil 247, CartaCapital, Diário do Centro do Mundo, Fórum e TVT News.