Caracas sedia, no dia 25 de julho, a Cúpula dos Povos pela Paz e contra a Guerra, encontro internacional que reunirá 600 delegados de mais de 70 países com a proposta de amplificar a denúncia das políticas genocidas de Estados Unidos e Israel.
Idealizado por Nicolás Maduro, o evento ecoará as vozes de diversos setores sociais para alertar que o que ocorre na Palestina exige uma contundente resposta internacional, sob risco de o expediente se replicar em diversas partes do mundo – especialmente no Sul Global.
Segundo o presidente venezuelano, os esforços serão direcionados para construir “uma solução coletiva e firme para deter o massacre [em Gaza], desarmar nuclearmente o regime israelense e forçá-lo a submeter-se ao sistema jurídico internacional”.

Membro da coordenação da Secretaria Continental da ALBA Movimentos – articulação internacional de organizações da América Latina e do Caribe – e do Conselho Consultivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Giovani Del Prete explica que a Cúpula promoverá o diálogo em prol da paz e do repúdio à guerra em um contexto de escalada da ofensiva imperialista.
“A atividade reunirá, em um único espaço, uma ampla diversidade de organizações populares de várias partes do mundo, permitindo a articulação, o intercâmbio, a construção de estratégias de resistência e a formulação de novos acordos”, avalia.
De acordo com ele, isso tudo se dá em uma conjuntura internacional marcada por conflitos, especialmente no Oriente Médio, cujas consequências afetam a humanidade como um todo. “A influência exercida pelos Estados Unidos e por Israel se manifesta em diversos países, incluindo o Brasil”.
De acordo com ele, o lobby israelense mantém contratos com o governo federal e instituições públicas, estabelecendo parcerias econômicas e militares que impactam diretamente a população. “Como exemplo, podemos destacar os vínculos das polícias militares estaduais com empresas israelenses para a compra de equipamentos, armas e treinamento”, frisa.
“A Cúpula na Venezuela se apresenta como um espaço crucial para promover o encontro de organizações que resistem e buscam superar essas formas de violência, bem como para defender-se contra a influência desses lobbies”, argumenta Del Prete. “É preciso defender a ruptura de relações com Israel, em resposta à colaboração com o projeto genocida e colonialista do governo israelense”.
Apesar de todas as lentes estarem voltadas para a Palestina, Del Prete ressalta que a atual ofensiva imperialista escala por toda a região: “Estados Unidos e Israel têm promovido conflitos também no Irã, Líbano, Síria e Iêmen”.
A batalha de ideias na luta pela paz
Entidade que se destaca há 15 anos na luta pela democratização da comunicação no Brasil e na América Latina, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé é uma das entidades que integram a delegação brasileira que viaja à capital venezuelana para o evento.
O Barão participa não apenas dos debates em torno da batalha de ideias em defesa da paz e da soberania dos povos, mas também da cobertura jornalística do evento, em parceria com a rede da Alba Movimentos. Além do próprio Giovani Del Prete, também estarão presentes outros dois coordenadores da organização: Felipe Bianchi e Janelson Ferreira.
“A comunicação e divulgação das discussões, das posições políticas e da luta pelo fim da violência, na região são fundamentais para o sucesso do evento”, defende Del Prete.
“A presença de comunicadores e meios de comunicação populares na Cúpula é essencial para disseminar informações sobre o evento e suas conclusões. A grande mídia, por sua vez, tende a negligenciar a divulgação dessas informações, silenciando as vozes e as lutas em prol da paz e contra a guerra”, complementa o conselheiro do Barão.
Do Brasil participam pelo menos 15 organizações populares, entre movimento de mulheres, movimento camponês, movimento negro, movimento de juventude, movimento urbano, entre outros e também comunicadores de diferentes organizações e meios de comunicação.