23 de novembro de 2024

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Entidade sionista ‘passa recibo’ ao perseguir jornalista Breno Altman

Referência brasileira em análise internacional, o jornalista Breno Altman tem alcançado protagonismo no debate sobre o massacre promovido pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza. Judeu antissionista, o editor de Opera Mundi se posiciona contra a ocupação ilegal do Estado de Israel em território palestino, criticando o genocídio promovido por Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza.

Recentemente, o jornalista entrou no alvo da Confederação Israelita do Brasil, a CONIB. O expediente é exatamente uma das principais armadilhas narrativas empregadas pelos partidários do Estado de Israel: a confusão entre o que é antissemitismo e o que é antissionismo.

“Antissemitismo é o ódio contra os judeus, que encontrou seu apogeu com o Holocausto, no qual morreram dezenas de meus familiares, entre milhões assassinados pela bestialidade nazista, esmagada pelo Exército Vermelho e a luta dos povos em 1945”, explica Altman.

“Antissionismo”, complementa o jornalista, “é a repulsa contra uma ideologia racista e colonial que envergonha a tradição humanista do judaísmo, manchando-a com o sangue das crianças executadas na Faixa de Gaza. São muitos os judeus antissionistas, como é o meu caso, comprometidos em combater o regime de apartheid construído pela liderança israelense, assim reconhecido por organizações de direitos humanos e pela resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas, vigente de 1975 a 1991, que identificava o sionismo com forma de discriminação racial”.

A ação judicial promovida pela CONIB e acatada pelo juiz Paulo Bernardi Baccarat, da 16ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), determina a exclusão de 11 postagens supostamente “racistas”, impondo multa diária de R$ 500 até o teto de R$ 180 mil em caso de descumprimento.

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé se soma a um conjunto de entidades e organizações que atuam no campo da luta pela democratização da comunicação e da liberdade de expressão para repudiar a tentativa de amordaçar Breno Altman.

Ao invés de procurar justiça, a manobra censora levada a cabo pela CONIB, na verdade, “passa recibo” de tudo que Altman vem denunciando nos últimos 45 dias: o apartheid promovido pelo sionismo também implica no silenciamento e na invisiblização de quem está em desacordo com o genocídio em curso contra o povo palestino.

Abaixo, reproduzimos a íntegra do posicionamento oficial do jornalista, divulgado amplamente em suas redes sociais e que encontra reverberação nas mídias independentes comprometidas com a solidariedade não apenas com o companheiro de ofício, mas com todas as vítimas do sangrento genocídio em curso, igualmente ofendidas pela perseguição contra a liberdade de expressão e de imprensa neste caso.

Aproveite e reveja debate promovido pelo Barão de Itararé no dia 1 de novembro com participação de Breno Altman:

RESPOSTA À CENSURA SIONISTA

Soube pela imprensa que a CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria obtido medida liminar determinando a retirada de algumas das minhas postagens em redes sociais, sob o risco ser multado.

A alegação dessa agência do Estado sionista é que meus textos seriam “racistas”, por sua suposta natureza antissemita.

De forma cautelar, sem apreciação de mérito, um juiz paulista teria acatado parcialmente as demandas apresentadas. O comportamento dessa entidade é previsível. Sua história é repleta de manobras e artimanhas para defender os crimes praticados pelo regime que representa.

Também são notórios seus vínculos com a extrema direita brasileira, com a qual partilha os piores valores antidemocráticos. A CONIB, ao buscar me censurar, volta-se contra a liberdade de expressão e de imprensa, revelando as entranhas do autoritarismo típico da doutrina que professa.

O sionismo, uma das mais brutais correntes chauvinistas de nosso tempo, persegue implacavelmente quem denuncia as práticas genocidas e de lesa-humanidade cometidas por Israel, tentando condenar seus críticos ao silêncio e à invisibilidade.

Para disfarçar suas intenções, os dirigentes dessa organização recorrem a uma mentira surrada, a da equivalência entre antissionismo e antissemitismo. Antissemitismo é o ódio contra os judeus, que encontrou seu apogeu com o Holocausto, no qual morreram dezenas de meus familiares, entre milhões assassinados pela bestialidade nazista, esmagada pelo Exército Vermelho e a luta dos povos em 1945. Antissionismo é a repulsa contra uma ideologia racista e colonial que envergonha a tradição humanista do judaísmo, manchando-a com o sangue das crianças executadas na Faixa de Gaza. São muitos os judeus antissionistas, como é o meu caso, comprometidos em combater o regime de apartheid construído pela liderança israelense, assim reconhecido por organizações de direitos humanos e pela resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas, vigente de 1975 a 1991, que identificava o sionismo com forma de discriminação racial.

Tenho orgulho de pertencer à militância contra o sionismo, ocupando a mesma trincheira escolhida por meus ancestrais há três gerações. Ameaças e arroubos ditatoriais da CONIB apenas reforçam a minha convicção sobre o papel que devo continuar a cumprir, ao lado de muitas outras pessoas, companheiros e coletivos.

Acusar-me de antissemita é apenas um discurso sórdido e falso, que não consegue ocultar a aliança entre o sionismo e os neofascistas da atualidade (como o primeiro-ministro de Israel, o ex-presidente do Brasil e o recém-eleito presidente da Argentina).

Tomarei as medidas judiciais cabíveis. E multiplicarei todos os esforços, em todos os espaços e momentos, para ajudar a desmascarar o regime sionista e ampliar o trabalho de solidariedade com o heroico povo palestino.