São Paulo – As jornalistas Marilu Cabañas e Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual, estão entre os vencedores da 35º edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, a ser entregue no próximo dia 22 de outubro, em solenidade no Memorial da América Latina.
Marilu receberá o prêmio de melhor reportagem na categoria Rádio, pela série “Voz Guarani-Kaiowá”, veiculada em novembro do ano passado. A série retratou a luta pela terra da etnia Guarani-Kaiowá, em municípios do Mato Grosso do Sul, como Iguatemi, Dourados e Antonio João. Lutar até a morte é a disposição desses indígenas para recuperar o “tekoha”, solo sagrado. Marilu ouviu familiares de índios mortos por causa da luta, lideranças ameaçadas, líderes da Aty Guassu, professores indígenas, políticos e representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Visitou acampamentos à beira de estrada e aldeias onde só é possível entrar com escolta da Polícia Federal e da Força Nacional.
Marilu tem 50 anos, 30 de profissão e integra e equipe da RBA desde 2011. Durante a carreira já recebeu seis Prêmios Vladimir Herzog, um deles menção honrosa.
Anelize Moreira tem 28 anos, quase três de RBA. Receberá menção honrosa pela série “Dores do Parto”, apresentada em maio deste ano durante a Semana Mundial de Respeito ao Nascimento. As reportagens denunciam a violência contra mulheres e mostram personagens que decidiram pelo parto humanizado.
Esta edição do prêmio recebeu 443 inscrições. Jornalistas de todo o Brasil tiveram até 4 de agosto para inscrever suas matérias em nove categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Documentário de TV, Reportagem de TV, Rádio, Jornal, Revista, Internet e Categoria Especial (todas as mídias) que, neste ano, teve como tema “Violências e agressões físicas e morais contra jornalistas e contra direito à informação”.
Para o diretor da Editora Atitude, Paulo Salvador, um dos responsáveis pela RBA, a premiação é um reconhecimento ao talento das jornalistas e amplia a presença da rádio no noticiário humanista. “Representa o que é praticado na Revista do Brasil, no portal da RBA, nos jornais, na TVT e no ABCD Maior: informação de qualidade que merece premiação”, diz.
Prêmio Especial
Desde 2009, a Comissão Organizadora indica um jornalista para ser agraciado com o Prêmio Especial pelos relevantes serviços prestados à causa da Democracia, da Paz, da Justiça e contra a Guerra. A iniciativa das instituições promotoras retoma proposta original do prêmio, concebido em 1978, que previa tal homenagem a personalidades ou jornalistas que jamais inscreveriam seus trabalhos em qualquer tipo de concurso.
Neste ano, receberão as homenagens outros três grandes nomes da imprensa brasileira: Perseu Abramo (criador do Prêmio, in memoriam), Marco Antônio Tavares Coelho e Raimundo Pereira.
Já foram homenageados Lourenço Diaféria (in memoriam), David de Moraes, Audálio Dantas, Elifas Andreato, Alberto Dines e Lúcio Flavio Pinto.
A 35ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos foi organizada por 11 instituições: Associação Brasileira de Imprensa – Representação em São Paulo (ABI/SP); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (Unic-Rio); Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo; Instituto Vladimir Herzog; Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB/SP), Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.
Fonte: Rede Brasil Atual