19 de setembro de 2024

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Mídias Livres organizam Seminário internacional; confira a programação!

 A construção da Carta Mundial da Mídia Livre, proposta no 3º Fórum Mundial de Mídia Livre realizado em Tunis 2013, é o principal debate do Seminário Internacional do Fórum Mundial de Mídia Livre, que acontece junto com o Fórum Social Temático, em Porto Alegre. O seminário ocorre no dia 25 de janeiro e será realizado no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

 O encontro, que contará com importantes presenças internacionais, é parte do processo de construção do 4º Fórum Mundial de Mídia Livre; outras etapas regionais acontecerão este ano ainda na Tunísia, Marrocos e Paris, a princípio. Aqui será iniciada a construção da Carta Mundial da Mídia Livre, proposta em Tunis para ser elaborada e aprovada na quarta edição do FMML. Carta que se quer uma ferramenta comum para as diferentes regiões do mundo, que possa refletir as posições e anseios dos vários meios de comunicação livres; uma carta que se quer elaborar de forma compartilhada com movimentos sociais de todo o planeta.

Plenária no 3ºFMML

Construindo um fórum mundial

A terceira e última edição do FMML realizou-se junto ao Fórum Social Mundial 2013, na Tunísia. Aproximar os inúmeros atores, ativistas, organizações e mídias alternativas e independentes da região do norte da África e Oriente Médio – que estão no centro das revoluções ainda em curso no Magreb-Mackreck – do movimento internacional em defesa do direito à comunicação foi um de seus principais objetivos; também dar visibilidade às suas demandas como parte de uma dinâmica de solidariedade internacional, sem a qual nenhuma luta pode, de fato, ser vitoriosa. A luta pela liberdade de expressão e pela construção de uma mídia livre, alternativa e independente se mostra cada vez mais estratégica naquela região. E aqui também, por isso continuamos no caminho de juntar cada dia mais pessoas e movimentos a esta causa.

África e América Latina na mesa

Depois de duas edições no Brasil (Belém 2009 e Rio de Janeiro 2012), onde o centro do debate foram as experiências de marcos regulatórios democratizantes na América Latina, o FMML desta vez se constituiu num espaço de trocas e construção de conhecimento em torno desta agenda global. Seja na Tunísia, com censura na internet, seja na repressão às rádios comunitárias nos países da África subsariana, nas novas ou antigas mídias, o desafio é enorme. Na Palestina ocupada, um dos temas centrais naquela edição do Fórum Social Mundial, a comunicação alternativa se mostra fundamental para desmistificar o que a grande mídia relata de forma homogênea.

Memória e conhecimentos livres

Em um de seus momentos mais simbólicos, o 3º FMML homenageou, numa exposição idealizada pela Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, aqueles/as que tombaram exercendo sua liberdade de expressão em todo o mundo. Um dos nomes é o de Fidan Dogan, do Curdistão, ativista que chegou a participar do FMML anterior, realizado na Cúpula dos Povos da Rio+20, buscando visibilidade para a luta do povo curdo, ignorada pela imprensa tradicional. As ameaças à liberdade na internet seguem crescentes em todo o mundo e, junto com a questão tecnológica, foram temas de inúmeros debates no Fórum de Mídia Livre em Tunis.

Abertura da homenagem aos midiativistas

Também serão prioridades neste Seminário, além da elaboração coletiva da Carta Mundial da Mídia Livre e da escolha de local e data do 4º FMML. “Também queremos avançar nas perspectivas de apropriação tecnológica pelos movimentos e coletivos que furam o cerco da grande mídia e embaralham as cartas do big date”, diz Rita Freire, da Ciranda da Comunicação e da organização do FMML. “No final das contas, não se trata de um debate restrito a plataformas, mas de valores que queremos para o mundo”.

Fonte: Rita Freire, na Ciranda.net

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Seminário Internacional do Fórum Mundial de Mídia Livre

Participantes:

Brasil (Alquimidia, Ciranda, Imersão Latina, Intervozes, FNDC, Mocambos, Midia Ninja, Fora do Eixo, Mulher e Mídia, Soylocoporti, Pontao Eco/UFRJ, e vários coletivos, pontos de cultura, mídias alternativas e compartilhadas, pesquisadores/as e ativistas da comunicação)
Internacionais: Magali Yakin, Norma Fernandes, Argentina; Cheima Ben Hmida, Tunísia; Viriato Tamele, Moçambique, , Diana Segnor, Senegal, Mohamed Leghtas, Marrocos ; Erica Campelo, França,; Antonio Pacor Itália , Chistian Shroeder, Alemanha. e também internacionais participantes do FST, do FME e do Conexões Globais, comprometidos com a defesa da mídia livre
Veja lista completa de participantes, composição das mesas e animação das rodas em: www.fmml.net

23 a 26 de janeiro de 2014
Exposição Memorial da Mídia Livre
Local – Térreo da Usina do Gasômetro

24 de janeiro – sexta-feira (Rodas de Conversa)
Sindicato dos Jornalistas

Rua dos Andradas, 1270 sala 133
Porto Alegre

9h – Roda de conversa: Mulheres livre e mídias livres

Queremos avançar nas perspectivas de apropriação tecnológica pelas mulheres e coletivos de mulheres que furam o cerco da grande mídia, assim como pelos trabalhos de autoria comunitários. A apropriação das mídias livres, a apropriação da autoria pelas mulheres, como se dá? Convidamos as mulheres ligadas à mídia livre para construírem conosco uma rede articulada para dar visibilidade a nossas práticas e a construir uma pauta de debates voltada para o protagonismo das mulheres no fórum.

Com:

11h – Roda de conversa: Mídia livre e apropriação tecnológica

O uso das mídias sociais durante as Jornadas de Junho foi fundamental para a organização e a difusão das manifestações em todo o Brasil. Só que muitas das mídias sociais mais usadas são desenvolvidas com tecnologia proprietária e controladas por grandes corporações, sujeitas a todo o tipo de interferência e até censura. Quais alternativas livres e seguras os movimentos sociais dispõem atualmente e qual a visão dos movimentos que se apropriaram da comunicação a serviço das ruas em 2013 e perspectivas para 2014.

14h – Roda de conversa: Movimentos Sociais e Mídia livre

A roda vai discutir a criminalização e a representação dos movimentos sociais na mídia; a importância da garantia de uma mídia livre e plural para o exercício da liberdade de expressão e do direito à comunicação do conjunto dos setores sociais; a luta pelo fortalecimento das rádios comunitárias, pela aprovação de um marco civil da internet, por um novo marco regulatório das comunicações no Brasil.

16h – Roda de conversa: Mídia pública como território para a mídia livre

A mídia pública participa de um novo território de luta por democracia na América Latina e está em busca de novos modelos e dinâmicas que consolidem seu papel na promoção do direito à comunicação e da liberdade de expressão. A mídia pública pertence à sociedade e para cumprir sua missão requer canais de aproximação com os temas de interesse da população e seus movimentos e também de participação social na gestão de suas diretrizes, temas caros ao movimento social por uma mídia livre. A roda de conversa tratará do atual esforço de integração entre mídias públicas e estatais da da América Latina, com a presença da jornalista e pesquisadora argentina, Magali Yakin, que acompanha o processo da União Latinoamericana de Agências, e também do atual momento de renovação do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação EBC, que está com edital aberto para o preenchimento de cinco vagas da sociedade civil, com a presença de integrantes atuais do colegiado.

Dia 25 de Janeiro – sábado (painel e plenárias)
Local: Auditório Dante Barone
Assembleia Legislativa do RS

9h30 – Abertura

10h – Painel
Redes, ruas, mobilizações e mobilidade
Palestrantes apresentam sua visão geral do que foi 2013 e qual foi a grande contribuição da comunicação para isso, abrindo a palavra. Em pauta, a crise de protagonismo, corrida digital, novos parâmetros para debate – como a comunicação atuou em 2013 e porque nada será como antes. O painel e procurará dimensionar, em várias óticas, perspectivas e experiências diferenciadas, o que aconteceu no Brasil nos últimos 7 meses para os participantes internacionais do Fórum, além de iniciar leituras do que pode ser 2014.

14h – Painel
A Carta Mundial da Mídia Livre: instrumento de luta global por outra comunicação
Decidida no III FMML, na Tunísia, em 2013, a construção de uma Carta Mundial das Mídias Livres começa em Porto Alegre, e seguirá por etapas regionais até sua aprovação novamente na Tunísia, em 2015. O documento de produção compartilhada apontará os princípios e lutas comuns da comunicação que ajudem a aproximar lutas locais do movimento internacional das mídias livres, e vice-versa, fortalecendo processos em diferentes dimensões, e que sirva de referência para os movimentos sociais que vão se integrando à luta mundial pelo acesso à comunicação como um direito. Participarão ativistas do FMML de diferentes países, trazendo contribuições para o início da jornada internacional de escritura da Carta. O processo visa contribuir também como referência para o Fórum Social Mundial, na relação entre as lutas globais e os temas da comunicação.

16h – Plenária
Encaminhamentos e propostas para o IV FMML
Propostas resultantes de atividades e debates do Seminário serão submetidas à aprovação da plenária, para encaminhamento das próximas jornadas. Participará desta seção uma representante tunisiana da luta pela mídia livre. A Tunísia sediará o próximo seminário de elaboração da Carta Mundial, assim como acolherá a IV edição do Fórum Mundial de Mídia Livre, no contexto do Fórum Social Mundial 2015.