Integrante do Conselho Consultivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a jornalista Hildegard Angel publicou desabafo, em seu blog, sobre a convulsão social instaurada pela caçada jurídica e midiática ao ex-presidente Lula e à presidenta Dilma Rousseff. Filha de Zuzu Angel e irmã de Stuart Angel, vitimado pela ditadura militar, Hildegard comparou a sanha golpista de 2016 aos anos de 1954 e 1964.
Segundo ela, os golpistas são os mesmos. A mídia foi lembrada pela jornalista, que afirmou sentir vergonha do papel de serviçais do golpe assumido por dezenas de profissionais das grandes empresas de comunicação. Leia na íntegra:
A sociedade precisa refletir sobre a gravidade do atual momento brasileiro, quando o que se parece pretender não é o cumprimento da lei, é a perseguição a um político que um grupo não aprova: Lula. Quando exorbita-se com 1, exorbita-se com 1 milhão. Já vimos esse filme. Os golpistas são os mesmos, as táticas iguais às de 54 e 64, os caminhos percorridos idênticos, os argumentos se repetem. Sequer têm imaginação para tirar novidade da cartola, um discurso que não seja aquele mesmo velho discurso lacerdista da corrupção, quando sabemos que os políticos da oposição que mais batem no peito simulando honradez têm todos “a mão amarela”.
Vergonha dos companheiros da imprensa – não mais os chamarei de companheiros – que ajudaram a fazer ferver esse caldeirão para desestabilizar o Brasil e promover o caos, disseminando meias verdades, verdades transversas, dados manipulados, insinuações cínicas.
É chegado o momento, mais do que nunca, de tomar posição. Assim eu faço. Nojo daqueles que se submetem ao papel triste de aliciar a mente desprotegida e desarmada de brasileiros, fazendo um trabalho massivo de subversão da consciência nacional em nome da conveniência de seus patrões. Transformaram o Brasil num vale tudo, e o povo já sai às ruas. Era isso que eles pretendiam: transformar o Brasil num circo e ver esse circo pegar fogo para, enfim, alcançarem o poder, pois, pela via democrática do voto, não conseguem.