Até a revista Veja, uma das principais responsáveis por acobertar as atrocidades da Lava-Jato, parece que já rifou o juizeco Sergio Moro, ex-herói dos falsos moralistas e ex-miliciano de Jair Bolsonaro, e os procuradores-jagunços da midiática operação. Na edição desta semana, ela estampa no título: “Diárias e passagens da Lava-Jato custaram mais de R$ 5 milhões”.
Por Altamiro Borges
Segundo a matéria, “levantamento exclusivo dos gastos com passagens aéreas e pagamento de diárias a procuradores da Lava-Jato obtido por Veja mostra que as forças-tarefas da operação em cinco cidades custaram aos cofres públicos R$ 5,34 milhões… Apenas o desembolso de gratificações, pagas pelo exercício cumulativo de funções, chegou a R$ 2,98 milhões entre 2014 e 2020”.
TCU apura “deslizes administrativos”
A Veja também teve acesso às mensagens hackeadas que podem, “no limite, enquadrar os procuradores em acusações de mau uso do dinheiro público e peculato. Uma conversa específica, de 7 de dezembro de 2017, foi interpretada por integrantes do TCU como um indício de que viagens a trabalho podem ter sido usadas como pretexto o uso ilícito de dinheiro do contribuinte”.
“Quanto mais gastarmos agora, melhor”, diz Dallagnol
Ao todo, os cinco comparsas de Deltan Dallagnol, o famoso “procurador do power point”, receberam pouco mais de R$ 2 milhões em pagamento de diárias ao longo da Lava-Jato. “Desde as primeiras reuniões para definir as primeiras fases da operação, Carlos Fernando recebeu 361.716,50 reais em diárias; Antônio Carlos Welter, 506.238,65 reais; Isabel Groba embolsou 332.095,82 reais em diárias de trabalho; Januário Paludo, 391.067,40 reais; e Orlando Martello, outros 461.460,14 reais”.
“Em outro diálogo hackeado pode embasar a ofensiva contra os procuradores, de 7 de novembro de 2016, Dallagnol informa que fará uma palestra de combate à corrupção no exterior e que terá as passagens e a hospedagem pagas pelo patrocinador do evento. Em seguida, dá orientações para que seja elaborado um ofício com um pedido de pagamento de diárias para ele e diz: ‘mande para ver se consigo uns trocados, o que não é fácil com eventos não programados’”.
Bloqueio de bens do chefete da operação
A revista lavajatista até tenta minimizar as espertezas dos embasbacados de Curitiba, mas reconhece que a situação deles é bem complicada. Segundo afirma, o objetivo da investigação “é usar eventuais provas encontradas nas mensagens para determinar o bloqueio de bens do então chefe da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, e de outros procuradores que atuaram no caso”.
A Veja até publica uma nota de esclarecimento da desgastada operação. Ela afirma que “a suposta frase atribuída ao procurador Deltan Dallagnol (‘quanto mais gastarmos agora, melhor’), se verdadeira e ocorrida da forma como transcrita, não revela qualquer ilegalidade ou impropriedade’”. Por convicções e provas, o ex-valentão do powerpoint está tremendo de medo!