A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou na semana passada o seu relatório anual sobre “Violência contra jornalistas e a liberdade de imprensa no Brasil”. O levantamento confirma que o governo Lula tem sido um alívio para a liberdade de expressão e um respiro para os profissionais da comunicação. Após as trevas bolsonaristas, quando a violência disparou, no ano passado houve forte redução. Foram registrados 181 casos em 2023, uma queda de 51,86% na comparação com os 376 de 2022 – último ano do fascista Jair Bolsonaro.
Por Altamiro Borges/ Blog do Miro
Foto: Mídia Ninja
Mesmo festejando essa diminuição, Samira de Castro, presidente da Fenaj, avalia que o cotidiano do trabalho permanece preocupante. “As agressões à categoria e ao jornalismo continuam e, em determinadas áreas, até cresceram significativamente em 2023, quando comparadas ao ano anterior”. Para o líder sindical, o patamar segue alto, embora a violência não seja mais patrocinada pelo governo. “Os 181 casos de 2023 representam 34,07% a mais do que os 135 contabilizados em 2018, antes da ascensão de Bolsonaro”. De 2019 a 2022, o covil fascista cometeu 570 ataques a veículos de imprensa e a jornalistas, numa média de 142,5 agressões por ano – uma agressão a cada dois dias e meio.
Tipos de violência contra os profissionais
Se houve redução da agressão direta, que foi incentivada pelo próprio “capetão” na presidência da República, em outras categorias os avanços são menos sentidos. Os casos de cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais, por exemplo, cresceram 92,31%. O número saltou de 13 em 2022 para 25 em 2023. Já a violência contra os sindicatos e os sindicalistas aumentou 266,67%, passando de três para 11 casos. Também foram registrados três casos de ataques transfóbicos e um ataque homofóbico na categoria.
“A categoria das ameaças/hostilizações/intimidações foi a violência mais frequente, em 2023. Foram 42 casos (23,21% do total), mesmo com a queda de 45,45%, em comparação com 2022, quando foram registradas 77 ocorrências . Ela foi seguida de perto pelas agressões físicas, com 40 episódios (22,10% do total), nove a menos (18,37%) do que os 49 do ano anterior. As agressões verbais somaram 27 casos (14,92%). Na comparação com 2022, houve uma queda de 41,30%, com 19 episódios a menos. Na sequência, foram registrados 13 casos de impedimentos ao exercício profissional. Como em 2022 ocorreram 21 casos, registrados-se queda de 38,10%”.
O relatório da Fenaj ainda mencionou os suspeitos pelos ataques. “Os maiores agressores foram políticos ou seus assessores e parentes – 24,31% das violências registradas em 2023 partiram deles. No ranking dos maiores agressores, os manifestantes de extrema-direita figuram em segundo lugar, sendo responsáveis pelas 29 ocorrências que ocorreram em acampamentos montados em áreas militares, outros dois casos foram registados no próprio dia 8 de janeiro. Populares (9,3%), juízes e promotores (8,8%) e policiais (7,7%) também estão entre os que mais agrediram jornalistas”.