O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que a Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, vai tirar do ar até 600 sites de apostas – os chamados bets – nos próximos dias e orientou os apostadores a tirarem o dinheiro das plataformas.
“Cerca de 500 e 600 sites de apostas vão sair do ar nos próximos dias. Em mais ou menos uma semana vamos tirar do ar os sites que sequer pediram a regulamentação. Estamos oficiando a Anatel. Elas têm que sair do ar por falta de adequação à regulamentação. Se você tem dinheiro em casa de aposta (ilegal), peça restituição já”, afirmou o ministro em entrevista à rádio CBN. “Do mesmo jeito que o X saiu do ar, essas empresas devem sair também, por falta de adequação a regras”, disse ainda.
Haddad ainda antecipou algumas regras que foram estabelecidas pelo governo Lula, que entram em vigor nesta terça-feira (1º), para frear o avanço das apostas ilegais, especialmente entre beneficiários de programas sociais.
Entre as medidas estão a proibição do uso do cartão do Bolsa Família para apostas e o monitoramento via CPF para identificar possíveis pessoas que estariam viciadas nos jogos.
“Vamos acompanhar CPF por CPF a evolução das apostas e dos prêmios. Quem aposta muito e ganha pouco pode estar com dependência psicológica. Há casos dramáticos em que não há dúvida que o problema está acontecendo. Quem aposta pouco e ganha muito, em geral é lavagem de dinheiro”, afirmou.
O governo ainda estuda cadastrar telefones de parentes de viciados em jogos para que recebam alertas, além de proibir apostas em cartões de crédito e fazer um maior controle das publicidades dos bets.
Segundo levantamento do Banco Central, o volume mensal das apostas on-line é de R$ 20,8 bilhões, contra R$ 1,9 bilhão de arrecadação de todos os sorteios de loterias da Caixa Econômica Federal.
Desde o início do ano, mais de R$ 21 bilhões foram enviados via Pix para as empresas de aposta, segundo a instituição.
