A Lei da Mídia Democrática “Para Expressar a Liberdade” chegou à capital sergipana. O movimento recebeu a adesão de cerca de 200 delegados representantes dos trabalhadores do campo e da cidade, presentes no 1º Congresso Estadual da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB-SE). O evento foi realizado no último final de semana em Aracaju, nos dias 16 e 17.
O projeto de lei de iniciativa popular também foi assinado por parlamentares federal, estadual e municipal e representantes do governo estadual, presentes no congresso da CTB. Dos 47 sindicatos e entidades filiados à central classista, estavam no evento bancários, enfermeiros, radialistas, servidores públicos, guardas municipais, trabalhadores rurais, entre outros. Contou ainda com a participação de jornalistas, servidores universitários, previdenciários, trabalhadores dos Correios e da construção civil.
Os delegados também aprovaram uma moção de apoio ao projeto de Lei da Mídia Democrática que será encaminhado para os parlamentares da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe. Os sindicatos filiados a CTB/SE deverão ainda mobilizar suas categorias e militâncias para recolher novas assinaturas de apoio ao projeto da Mídia Democrática.
Avançar nas mudanças
Com o tema central “Avançar nas mudanças, com a valorização do trabalho”, o congresso da CTB/SE discutiu e referendou as teses da CTB nacional, em defesa de um novo projeto de desenvolvimento nacional com a valorização do trabalho.
O presidente da CTB de Sergipe, Edival Gois lembra que a bandeira da democratização dos meios de comunicação faz parte das teses e resoluções da CTB nacional. “A democratização da mídia é uma questão estratégica para os trabalhadores. Na medida em que a mídia hegemônica cresce escancara sua parcialidade e reacionarismo político hostiliza os movimentos sociais, buscando criminalizar as lutas, e toma partido ostensivamente a favor da direita neoliberal e do imperialismo”, sustenta Edival Gois.
A secretária Nacional de Formação da CTB, Celina Areas considerou o Congresso da CTB de Sergipe como bastante representativo e protagonista da unidade. “A CTB de Sergipe demonstrou capacidade de amplitude, aglutinação e de unidade. Os delegados referendaram a proposta da prática do sindicalismo classista, democrático e de luta pela unidade dos trabalhadores”, afirmou. Ela também destacou a necessidade do empenho dos trabalhadores brasileiros na defensa de uma mídia democrática, pra todos, e não das empresas.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, José Souza afirma que é necessário democratizar os meios de comunicação para possibilitar que a luta popular tenha vez. “O atual modelo da mídia esconde a luta dos trabalhadores. Quando dá visibilidade a essas lutas o faz de modo desfavorável. A forma de abordagem da greve, por exemplo, é acompanhada de ameaça, como algo criminoso”, afirma o sindicalista.
A representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura, Lúcia Moura, disse “na maioria das vezes, a mídia brasileira oculta da sociedade o que de fato é importante. A grande imprensa distorce e transforma a realidade”.
Para a dirigente da CTB/SE, Ivânia Pereira, “a mídia brasileira se constituiu no 4º poder quando consegue ditar e impor leis, pensamentos e ideologias. A mídia dita padrões sociais de acordo com o pensamento da elite, que inclusive dita até o que as pessoas devem usar e como devem se comportar. Os meios de comunicação precisam ser regulamentados para permitir a democratização e a pluralidade das ideias”, diz Ivânia Pereira.
Fonte: Déa Jacobina, para a CTB/SE