O Barão de Itararé paulista organizou na última segunda-feira, dia 05, uma reunião temática sobre “ativismo digital — furando o bloqueio midiático”. Para contribuir com o assunto, Rafael Vilela, conhecido como Pira, da Mídia Ninja, fez a apresentação do trabalho do grupo independente. Além dele, participaram jornalistas, sindicatos, veículos independentes, emissoras de rádio e TV, além de ativistas e militantes interessados no tema.
O “ninja” falou sobre “como fazer muito com muito pouco”, a partir da utilização de tecnologias acessíveis. O projeto cresceu e ganhou visibilidade após as coberturas, principalmente, das manifestações que tomaram o país no mês de junho. Para Vilela, a grande mídia entendeu a “ameaça” que essa forma de cobertura independente e as redes sociais representam para seu monopólio da informação. Ele afirmou ainda que o projeto Ninja é “um laboratório de comunicação” que visa “desmascarar o que a grande mídia edita e mostra como única verdade existente”.
Para Ana Flavia, do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, “a internet é uma brecha tecnológica para furarmos o cerco da grande mídia. A Mídia Ninja cumpriu esse papel na cobertura das manifestações, de evidenciar fatos e leituras da realidade que a grande imprensa não cobre, mas outros movimentos e ativistas também desempenham esse papel, como foi o caso da denúncia de sonegação da Globo, o vazamento de Chevron e a pauta do caso do metrô de SP, que só foram aos principais jornais depois de ganharem força nas redes sociais”.
Sobre o futuro da Mídia Ninja, Rafael colocou que “a ideia não é nem de longe ser um núcleo de cobertura de protestos, mas sim um canal midiático cidadão, trabalhando com diversas editorias, que vá dos protestos ao lazer e à cultura, sem abrir mão da crítica”. O ninja também adiantou que o projeto caminha para o lançamento de um portal.
O Centro de Estudos Barão de Itararé e a Mídia Ninja colaboraram, ao lado de diversos outros grupos e entidades, na organização e execução das aulas públicas sobre Internet e democratização da comunicação que aconteceram recentemente no vão do MASP, na capital paulista.
Por Thiago Cassis e Felipe Bianchi