24 de novembro de 2024

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Bolsonaro quer privatizar ou acabar com TV Brasil

Na primeira entrevista exclusiva para uma televisão nacional, exibida na terça-feira (29) para a Record TV, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que irá privatizar ou extinguir a TV Brasil. Seus argumentos são de que não há necessidade de ter uma TV oficial para fazer propaganda de governo.
 
“Inclusive nós não queremos a nossa propaganda em nossa TV oficial. A ideia nossa é privatizar ou extinguir. Não podemos gastar mais de 1 bilhão por ano com uma empresa que tem traço de audiência. Nós preferimos confiar na mídia tradicional quando o governo quiser fazer os seus anúncios que tem que fazer. Há certos programas que só podemos atingir com o apoio da grande mídia”, disse para o repórter Eduardo Ribeiro, em entrevista que durou 30 minutos.
 
Ribeiro também questionou se a liberdade de expressão pode ter limites no seu governo, lembrando da série de críticas que fez durante a campanha à grande mídia.
 
“Tem certos órgãos de imprensa que caíram no descrédito em razão das eleições e com isso perdem assinantes e telespectadores. Foi dado um grande recado para essas mídias que ousaram tomar partido político. O controle será o controle remoto”, respondeu Bolsonaro.
 
O presidente eleito tem dado preferência ao canal de Edir Macedo, que também exibiu a primeira entrevista com a nova primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Além disso, no dia 4 de outubro, a Record TV transmitiu, no mesmo horário de debate realizado pela Rede Globo com presidenciáveis, uma entrevista com Bolsonaro, reduzindo a atenção para os concorrentes do militar da reserva. 
 
Em entrevista para o Jornal Nacional, também nesta terça, Bolsonaro ameaçou a Folha de S.Paulo dizendo que “por si só, esse jornal se acabou”. A publicação foi responsável por lançar luz a um esquema de caixa dois pagos pela campanha de Bolsonaro para empresas de divulgação em massa de mensagens via WhatsApp contra seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad.
 
O apresentador do JN, Bonner, chegou a lembrar que Bolsonaro sempre se posicionou como um defensor da liberdade de imprensa, mas que, em determinados momentos deseja que um jornal deixe de existir. 
 
“[Sou] totalmente favorável à liberdade de imprensa”, respondeu arrematando que a propaganda oficial de governo “é outra coisa”.