Gozando da impunidade garantida pela Justiça e da blindagem de alguns setores da mídia golpista, o correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, segue aprontando das suas. Ele é partidário da tática de que a melhor defesa é o ataque. Na semana passada, deputados se queixaram que tiveram suas falas editadas pela TV Câmara – hoje totalmente dominada por serviçais do lobista. Segundo relato do site da revista Época neste domingo (3), “o programa Fatos e Opiniões foi editado para excluir comentários negativos contra o presidente da casa, Eduardo Cunha”.
O programa que exigiu a sessão legislativa de 19 de novembro foi adulterado na maior caradura. “Na ocasião, diversos deputados criticaram Cunha por tentar interferir nos trabalhos do Conselho de Ética, que devia decidir se ele quebrara ou não o decoro parlamentar. A sessão culminou em um pedido da deputada Mara Gabrilli para que Cunha deixasse a presidência da casa. De acordo com informações do jornal O Globo, a versão exibida naquele dia, pela internet, continha as críticas dos deputados. A versão que foi ao ar na televisão no dia seguinte excluía esses trechos”.
A direção da emissora ainda tentou justificar a edição alegando que a versão sem cortes, que foi ao ar originalmente, era um erro. “Segundo Carlos Lessa, diretor executivo da Secretaria de Comunicação Social da Câmara Federal, o vídeo sem cortes não contemplava o contraditório – mesmo presente a sessão, Cunha não se defendeu das acusações. Lessa afirma que Cunha não interferiu na decisão da edição”. Nem os fascistas mirins, que foram às ruas com cartazes “Somos todos Cunha” para exigir o impeachment de Dilma, devem acreditar nesta conversa fiada.
*Altamiro Borges é autor do Blog do Miro e presidente do Barão de Itararé