Por Ivan Longo, na Revista Fórum
Muitos já vêm considerando histórica a charge de Laerte Coutinho publicada na Folha de S. Paulo desta terça-feira (16). O desenho retrata a mansão dos irmãos Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho, donos do Grupo Globo, construída em uma área de preservação ambiental na cidade de Paraty (RJ). O imóvel ilegal, revelado em uma reportagem do Diário do Centro do Mundo, teria ainda sido registrado em nome de uma empresa controlada por offshores do Panamá, uma delas ligada à Mossack & Fonseca, investigada na Lava Jato.
Desde que o caso foi descoberto, na semana passada, nenhum veículo de mídia tradicional, incluindo a Folha de S. Paulo, noticiou. O desenho de Laerte é a primeira publicação do jornal que remete à mansão dos Marinhos e faz, ainda, ironia com o “triplex no Guarujá”, assunto superexplorado pelo jornal.
“Acho que está havendo, sim, um tratamento tendencioso dos fatos por parte da midia – ou da ‘grande midia’ – em relação a partidos e pessoas da política, no sentido de desgastar Lula, Dilma e o PT; e que é uma ação coordenada com instâncias do poder judiciário e do aparato policial do país”, afirmou à Fórum.
Ainda que acredite que há um “tratamento tendencioso” por parte da “grande mídia” com relação ao caso do apartamento no Guarujá, Laerte garante que não teve medo de censura e que o jornal sempre publica os desenhos que faz. Sua charge ‘se refere a um comportamento da mídia em geral”, algo que a preocupa. “Sinto que atravessamos um momento de grande perigo para a vida democrática”, pontuou.