Por Elizangela Araújo, no FNDC
Fotos por Lidyane Ponciano e vídeo por Felipe Bianchi
A deputada Luiza Erundina, coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), da Câmara dos Deputados, afirmou que a reforma nas comunicações é prioritária para o país. Filha de agricultores pobres forçados a migrarem a cada seca, Erundina disse que até compreender a importância estratégica da comunicação, acreditava que a reforma agrária era sua luta prioritária. “Hoje, tenho a convicção de que quando a gente conseguir democratizar os meios de comunicação de massa e o povo tiver direito não só de assistir, mas também de informar, de se manifestar, de transmitir ideias, valores, concepções e cultura, aí, sim, todas as outras reformas se farão por força da sociedade!”.
A deputada participou de um ato em homenagem aos 25 anos de fundação do FNDC, durante a XIX Plenária Nacional da entidade, na noite desta quinta (21/4), em São Paulo. Além de homenagear a entidade, ela agradeceu pelo apoio recebido desde que assumiu uma vaga na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara, em seu primeiro mandato, há cerca de 16 anos. Foi ali, contou, que ela começou a ter contato com o tema. Resgatando sua experiência à frente da prefeitura de São Paulo, ela lembrou do bombardeio à sua administração por parte da Câmara de Vereadores e da elite paulista. “Infelizmente, não entendíamos a importância estratégica da comunicação para fazer esse enfrentamento”.
Além de Erundina, também protagonizaram a mesa que homenageou o FNDC Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Marcos Dantas, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Rosane Bertotti, coordenadora geral da entidade.
O início
Schröder fez um breve resgate da conjuntura que inspirou a criação do Fórum, fundado inicialmente como movimento social, lembrando que a ideia nasceu de uma tese apresentada pelo jornalista Daniel Herz e os colegas Beht Costa e Sergio Murillo ao Congresso de Florianópolis, realizado pela Fenaj em 1990. “Com a derrota na Constituinte, que não acolheu as propostas de democratização da comunicação, percebemos a necessidade de fundar um movimento que unisse não somente profissionais da comunicação, mas que fosse um movimento de massas, com características de movimento social, articulando vários segmentos e formado por comitês”.
Presente na plenária, a jornalista Beth Costa afirmou que a trajetória da entidade sempre foi promissora, mas que a filiação maciça alcançada com a campanha de filiação lançada no início deste ano renova as esperanças de todos que constróem o movimento pela democratização da comunicação.
O professor Marcos Dantas mostrou preocupação com o avanço dos conglomerados internacionais de comunicação, que segundo ele desafiam a soberania dos países e os prórios movimentos pela democratização do setor. “Mas temos o que comemorar. Conquistas como o Marco Civil da Internet e a Lei do Cabo (que impõe um limite mínimo de programação nacional para as emissoras estrangeiras que operam o serviço no país), por exemplo, são resultado da atuação do Fórum”.
Concurso Cultural
Para comemorar os 25 anos de sua fundação, o FNDC fará uma série de ações, como o lançamento, nos próximos dias, do concurso cultural para escolha de um selo comemorativo. Segundo a secretária geral do Fórum, Renata Mielli, o objetivo é valorizar o trabalho de artistas e designers que se indentificam com a pauta, concedendo uma premição em dinheiro ao vencedor.