30 de junho de 2024

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100 dias de Bolsonaro e o fim da Comunicação Pública

“A comunicação pública não será a prioridade do presidente Bolsonaro”. Essa foi a avaliação que muitos analistas fizeram logo que se iniciou o atual governo. A manutenção da fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) sob as mãos do neófito Marcos Pontes demonstrava que as políticas públicas de comunicação seriam rebaixadas para a periferia da agenda governamental. Passados os 100 primeiros dias de governo, constata-se que o cenário é bem pior do que imaginavam os analistas.

Por Theófilo Rodrigues*

Quando o ministro da Casa Civil divulgou em 23 de janeiro um documento com as 35 metas prioritárias para os 100 dias de governo, muitos perceberam certa ausência das políticas públicas de comunicação. De modo superficial, a resolução apenas mencionava como meta a “reestruturação da Empresa Brasileira de Comunicação”. De acordo com a proposta, “a estrutura se tornará mais racional, com valorização da qualidade do conteúdo”.

Naquele momento um sinal amarelo acendeu para os defensores das políticas públicas de comunicação. Num contexto em que o ministro da economia, Paulo Guedes, anuncia aos quatro ventos que o objetivo do governo é privatizar tudo o que for possível, a tal “reestruturação da Empresa Brasileira de Comunicação” poderia significar simplesmente a extinção da empresa.

Com efeito, foi mais ou menos isso o que aconteceu ontem com a publicação da Portaria nº 216, assinada pelo presidente da EBC, Alexandre Graziani Jr. A medida determinou a fusão em um único canal da TV Brasil (comunicação pública) com a NBR (comunicação estatal). Dito de outro modo, a Portaria não privatizou a EBC, mas determinou que a sua função de comunicação pública fosse extinta.