Desde meados da semana passada, quando Jair Bolsonaro anunciou que haveria “novidades” na Petrobras, a mídia corporativa brasileira, aquela controlada por sete famílias, não fala em outra coisa.
Quando Bolsonaro, em sua live das quintas-feiras, disse que estava trocando o comando da empresa, uma espécie de histeria geral tomou conta do noticiário econômico e político.
Só no fim de semana foram 32 matérias falando sobre o assunto nos jornais Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, além de editoriais e comentários.
Por Ângela Carrato*, especial para o Viomundo
O tom em todos eles era o mesmo: o presidente da Petrobras, que eles fazem questão de chamar de CEO, não deveria ser substituído, por se tratar de uma interferência indevida na empresa e no “mercado”.
Nenhuma dessas matérias ou comentários se preocupou com os aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis no Brasil, que só em 2021 já somam 28,5% e menos ainda com o desmonte ao qual a empresa está sendo submetida.
A histeria na mídia continuou nesse início de semana, com as prévias apontando para uma queda de 14% nos papéis da Petrobras na Bolsa de Nova Iorque.
Tamanha histeria contrasta com o silêncio absoluto que essa mídia tem mantido em relação ao desmonte que a Petrobras vem sendo vítima nos últimos seis anos.
Mais ainda: se em matéria de vacinas e do combate à pandemia, a midiona tem lá suas diferenças em relação a Bolsonaro, é notório o irrestrito apoio que dá à sua agenda econômica. O que mudou?
Pretensões e descaso
Ao decidir substituir Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, Bolsonaro fez uma jogada com vistas a garantir sua reeleição em 2022, buscando assumir o controle dos preços dos combustíveis que está corroendo sua base de apoio, em especial junto aos caminhoneiros.
Com a pandemia descontrolada e sem vacinas, Bolsonaro sabe que sem esse controle, pode dar adeus às suas pretensões.
O que talvez ele e a turma que o assessora não avaliaram é que com essa medida, sem querer estava colocando o dedo no principal aspecto que desencadeou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff: o controle do pré-sal por empresas multinacionais e a transferência de sua renda, que deveria ser da sociedade brasileira, para acionistas privados da Petrobras.
Não por acaso, a jornalista Miriam Leitão, onipresente nos veículos do Grupo Globo, fundamentais para a derrubada de Dilma, tenha afirmado em sua coluna que Bolsonaro e os militares deram um golpe na estatal.
“A Petrobras está sob intervenção dos militares”, escreveu, acrescentando que “a empresa perdeu R$ 50 bilhões de valor, no pregão de sexta-feira (19/2) e no after market, e a governança foi violentada”.
Tanta preocupação com os acionistas, na maior parte internacionais, contrasta com o descaso absoluto com os interesses da população brasileira e com a própria soberania nacional. Mas diz muito sobre essa mídia.
O importante para essa mídia é não desagradar ao deus “mercado”.
Enquanto Bolsonaro seguiu à risca a cartilha ultraneoliberal do ministro da Economia Paulo Guedes, tudo bem.
Pouco importa que os direitos trabalhistas, previdenciários e sociais da maioria dos brasileiros tenham sido destruídos.
Pouco importa que a indústria nacional esteja no fundo do poço e o país recolonizado a passos largos. O importante é que o rentismo nacional e seus associados internacionais estejam satisfeitos.
Quando Bolsonaro, por interesses exclusivamente eleitorais, tenta, nem que seja de forma superficial e oportunista, modificar a situação, essa mídia se faz de paladina da justiça e denuncia “golpe” na Petrobras.
Que Bolsonaro é adversário da população brasileira, não há dúvida.
Mas no que se refere à Petrobras, a mídia corporativa é tão adversária dos brasileiros quanto ele.
Nos últimos seis anos, a mídia tentou e continua tentando esconder da população a estreita relação entre o golpe de 2016 e o roubo do petróleo brasileiro.
R$ 1 trilhão para as multinacionais
Não por acaso uma das primeiras medidas do governo ilegítimo Temer (lei 13.586, de 2017) foi conceder isenções fiscais para petroleiras estrangeiras.
A medida provocou, de imediato, uma perda de arrecadação superior a R$ 1 trilhão e inúmeros especialistas avaliaram que ela será ainda maior com o passar do tempo.
É importante ressaltar que essa medida foi uma promessa do senador tucano José Serra (SP), aos executivos da gigante do petróleo estadunidense Chevron, denunciada em um dos vazamentos dos WikiLeaks.
O assunto foi tratado em várias Comissões da Câmara dos Deputados e do Senado, mas não mereceu registro na mídia e nem editoriais e comentários indignados.
Para entender a histeria da mídia brasileira e como ela age contra o Brasil e os brasileiros, é preciso retornar no tempo, mais precisamente a 2006, quando o pré-sal foi descoberto.
No ano seguinte, a Petrobras confirmou a existência de uma grande reserva petrolífera abaixo de uma espessa camada de sal no litoral do Rio de Janeiro.
Três anos depois, a Petrobras dava início à sua exploração, mais precisamente no campo de Jubarte, na bacia de Campos, no Espírito Santo.
A partir de então, a economia brasileira ganhou um novo impulso.
Em setembro de 2013, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma sancionava sem vetos a lei que destinava 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do pré-Sal para a Educação.
Ela dava sequência ao que pretendia o ex-presidente Lula, mas dificilmente poderia imaginar que a espionagem contra a Petrobras e contra o seu próprio governo, por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês) dos Estados Unidos redundaria no golpe que, três anos depois, colocou fim ao seu mandato.
Mesmo alguns veículos de imprensa tendo divulgado que Dilma e seus principais assessores haviam sido alvo de espionagem, o assunto rapidamente saiu de pauta e caiu no esquecimento.
É importante salientar que nem o filme do consagrado diretor estadunidense Oliver Stone, Snowden, de 2016, sobre as espionagens da NSA aqui e no mundo, teve qualquer repercussão no Brasil.
E a explicação é mais do que óbvia: não convinha à midiona tratar de um tema indigesto, especialmente quando ela própria estava mergulhada até o último fio de cabelo no golpe contra Dilma.
Para que os campos do pré-sal fossem transferidos ao controle estrangeiro era fundamental alijar o Petrobras do processo. Teve início aí a privatização e o desmonte da empresa.
Privatização tentada no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, quando até mudar o nome de Petrobras para Petrobrax, para facilitar as coisas, foi ensaiado.
A tentativa não prosperou, porque o candidato de FHC à sua sucessão, em 2002, José Serra, foi derrotado por Lula.
Guerras e destruição
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial e, para alguns, antes disso, o controle do petróleo no mundo por parte de poucos países e de suas empresas (em especial as estadunidenses e inglesas) tem sido um dos principais motivos de guerras, golpes de estado e destruição. O Oriente Médio que o diga.
Como o petróleo é um recurso finito e sua distribuição no mundo está longe de ser igualitária, os países imperialistas sempre se julgaram no direito de explorá-lo a seu bel prazer, passando por cima de governos e do interesse de outros povos.
O assunto é vasto e possui extensa bibliografia, inclusive em português.
Para quem quiser se aprofundar, o monumental O Petróleo — Uma história mundial de conquistas, poder e dinheiro, de Daniel Yergin (Paz e Terra, 2010) é leitura obrigatória, especialmente porque prevê a nova batalha internacional pela sua hegemonia. Batalha da qual o golpe de 2016 no Brasil é parte integrante.
Quem preferir se aprofundar no assunto através do cinema, um filme imprescindível é Syriana, a indústria do Petróleo, um thriller político de 2005, dirigido por Stephan Gagham.
Ele mostra como a Operação Ajax, colocada em prática pela mais antiga agência de espionagem dos Estados Unidos, a CIA, derrubou, em 1953, o governo democraticamente eleito do premiê do Irã Mohamed Mossadegh.
O “crime” de Mossadegh foi ter nacionalizado o petróleo em seu país.
Não é exagero afirmar que Syriana é uma espécie de avant première do que aconteceria no Brasil cinco décadas depois.
Até manifestações de “populares” indignados com o governo, bancados pela CIA, se repetiram aqui em 2013.
O mesmo se deu com reportagens e editoriais dos jornais brasileiros, a exemplo do que se viu no Irã, exigindo o afastamento e, no caso brasileiro, o impeachment da presidenta.
A única diferença é que no Irã os interesses estadunidenses e ingleses passaram a ser duramente enfrentados até a vitória da revolução dos aiatolás, em 1979. Fato que está na raiz do ódio que o Ocidente (leia-se Estados Unidos e Inglaterra) nutre ainda hoje contra os governantes do Irã.
Já no Brasil, as instituições, desde 2016, se mostram coniventes com a entrega do petróleo e a mídia corporativa, como parte desse processo, faz de tudo para convencer a população que privatizar a Petrobras é uma boa e que a alta de preços dos combustíveis não tem nada a ver com a política que passou a ser imposta à empresa a partir de 2016.
Ajax à brasileira
Não foi por acaso que a Operação Lava Jato, agora sabidamente criada e funcionando a serviço dos interesses dos Estados Unidos, mirou, sobretudo, na Petrobras e na suposta corrupção lá existente.
Operação que teve o papel de queimar a imagem da maior e estrategicamente mais importante empresa para o desenvolvimento nacional, a ponto de muita gente passar a não se importar com o seu destino.
Não foi por acaso, igualmente, a criminosa tentativa de associar, sem provas, o ex-presidente Lula à corrupção na empresa.
A série de reportagens denominada #VazaJato, do portal The InterceptBR mostrou isso em meados de 2019.
Nas últimas semanas, novos vazamentos de trocas de mensagens entre o então juiz Sergio Moro, o procurador federal Deltan Dallagnol e setores do Judiciário brasileiro confirmaram a nefasta parceria da operação com a inteligência dos Estados Unidos.
Na TV Globo e no seu principal noticiário, o Jornal Nacional, nada disso foi divulgado.
Ao contrário. Moro e Dallagnol seguem como “heróis” no combate à corrupção, numa operação em que, está igualmente provado, a Globo atuou como assessora de imprensa de interesses antinacionais.
O filho da jornalista Miriam Leitão, o repórter Vladimir Netto, do JN, não é só o autor de uma biografia baba ovo de Moro.
Ele funcionou, mostram esses vazamentos, como conselheiro para Moro e Dallagnol.
Para uma emissora que se diz comprometida com a “informação isenta” é no mínimo curioso que não tenha se manifestado sobre o pedido da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), em conjunto com a Associação Advogados e Advogadas Públicos para a Democracia (APD), que protocolaram, na quinta-feira (18/2), na comissão de Ética e Conduta do Grupo Globo, denúncia contra Vladimir Netto.
Venda a preço de banana
Os ataques contra a Petrobras são tamanhos, que a mídia brasileira considerou e considera “positiva” o desmonte da empresa.
Tanto que aplaudiu, no ano passado, a privatização da BR distribuidora, um dos setores mais lucrativos da empresa, e igualmente aplaudiu, na semana passada, a venda da refinaria Landulpho Alves, na Bahia, para um fundo de investimento dos Emirados Árabes.
A venda foi fechada por R$ 1,65 bilhão, quando a refinaria vale no mínimo entre R$ 3 a 4 bilhões, de acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (INEEP).
Já a PUC-RJ alertou para riscos de monopólios privados no setor. Não se viu nem ouvir um comentário ou crítica sequer na Globo ou demais veículos da mídia comercial sobre o assunto.
Desde 2016, que a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) tem denunciado a política de desmonte da empresa, a ponto da direção da Petrobras, por determinação do governo Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, para se contrapor, passar a promover na mídia campanha a favor de sua privatização.
Algo impensável em se tratando de uma direção séria e de um governo que tivesse o mínimo de compromisso com o desenvolvimento do país.
A AEPET tem igualmente denunciado a redução dos investimentos na empresa, agravada na gestão Castello Branco.
No plano estratégico 2021-2025, a previsão da direção da Petrobras é de investir US$ 55 bilhões, média anual de US$ 11 bilhões.
“Entre 1965 e 2018, a média anual de investimentos superou os US$ 20 bilhões, em valores atualizados. Entre 2007 e 2014, os investimentos superaram US$ 45 bilhões por ano”, afirma a AEPET em nota, que a mídia comercial simplesmente desconheceu.
A redução desses investimentos objetiva a maior geração de fluxo de caixa que, com as privatizações, terão como resultado maximizar o pagamento de dividendos para os acionistas no curto prazo, em detrimento do crescimento e do futuro da Petrobras.
Em detrimento, em última instância, do próprio futuro do Brasil e do povo brasileiro como nação soberana.
Para quem conhece a história da mídia brasileira, esse comportamento entreguista, para dizer o mínimo, não é novidade.
Se dependesse dela, o Brasil nunca deveria ter começado a explorar petróleo, “porque estava provado que ele não existia”, jamais teria criado o monopólio estatal do petróleo e, menos ainda, a Petrobras.
Entre 1932 e 1937, o jornalista e agora consagrado escritor Monteiro Lobato, lutou para mostrar aos brasileiros que o petróleo era o caminho para a nossa emancipação econômica.
Em 2 de julho de 1948, dois dias antes de sua morte, ele encerrou a última entrevista que concederia com as palavras “o petróleo é nosso”.
Foi essa frase que serviu de slogan para as lutas que se aprofundariam após sua morte e que redundariam na criação da Petrobras.
Uma campanha memorável
No final da década de 1940 e início dos anos 1950, milhares de brasileiros foram às ruas numa campanha memorável em defesa do monopólio estatal do petróleo e da criação de uma empresa nacional no setor.
Trabalhadores, artistas, militares, intelectuais, sindicalistas, jornalistas e políticos progressistas se uniram em jornadas que conscientizaram a população sobre a importância do petróleo para a soberania do Brasil.
O presidente Getúlio Vargas, ao instituir a empresa em 3 de outubro de 1953, ouviu esse clamor popular e pagou caro por isso.
Seu suicídio, no ano seguinte, está diretamente ligado à campanha que a oposição desencadeou contra ele, acusando-o de corrupção e de seu governo estar assentado sob “um mar de lama”.
Invocar corrupção no governo e na Petrobras, portanto, não é coisa de agora. Sempre fez parte do repertório de seus adversários e dos entreguistas de ontem e de hoje.
Se nos dias atuais são os jornais Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo que lideram a campanha contra a Petrobras, no passado os adversários estavam localizados nos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, na Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, e no próprio Globo, então dirigido por Roberto Marinho.
Chateaubriand sempre foi um entreguista, denominação para quem defendia a entrega dos recursos minerais e naturais brasileiros para os interesses internacionais. Lacerda e o patriarca dos Marinho, também.
Para comprar seu primeiro diário, O Jornal, nos idos de 1929, que seria o embrião de seu império midiático, Chateaubriand recebeu dinheiro de uma multinacional canadense.
A implementação do canal 4 do Rio de Janeiro, que viria a ser a matriz da TV Globo, levou Roberto Marinho a fazer ilegalmente sociedade com o então gigante da mídia estadunidense Time-Life.
Essas histórias estão descritas em detalhes na biografia de Fernando Moraes sobre Chateaubriand (Chatô, o Rei do Brasil) e no livro A história Secreta da Rede Globo, de Daniel Herz.
Esses fatos jogam luz sobre a promiscuidade entre a mídia comercial brasileira e os interesses estrangeiros, em especial os estadunidenses.
Razão que explica porque essa mídia continua preferindo trabalhar contra os interesses do Brasil e dos brasileiros.
Na sexta-feira (19/2), o JN dedicou uma longa reportagem à defesa da política adotada por Castello Branco e pelos golpistas a partir de 2016, sem a menor crítica aos seus resultados no que se refere à destruição da Petrobras e suas consequências nefastas para a soberania nacional.
O JN não disse uma única palavra sobre os efeitos danosos dessa política sobre o preço dos combustíveis e sobre o futuro da nossa economia.
O JN salientou apenas que a empresa segue a política de preços internacionais, escondendo de seu público que a Petrobras é autossuficiente na produção de petróleo e de derivados e que não precisa seguir o mercado externo.
A emissora da família Marinho não disse que a Petrobras atuou em toda a cadeia produtiva do petróleo, da prospecção à comercialização dos derivados, até a chegada dos golpistas ao poder, quando foi obrigada a alterar sua política.
Jamais mencionou, igualmente, que foi a empresa que desenvolveu a tecnologia que possibilitou a descoberta do pré-sal, que hoje faz apenas a alegria dos interesses multinacionais.
A voz dos patrões
O JN preferiu se concentrar nos aspectos que são mais convenientes à família Marinho e à elite entreguista brasileira: a mudança de postura de Bolsonaro e a possibilidade da politica ultraneoliberal lesiva à Petrobras experimentar alguma mudança.
No sábado (20/2), nova reportagem do JN e editorial do jornal O Globo sobre a mudança no comando da Petrobras foram tão descaradamente contrários aos interesses da empresa e do país, que a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann sugeriu que o jornal começasse a ser impresso em inglês.
Há muito, especialistas como Gilberto Bercovici, professor de Direito Econômico e Tributário da USP, denunciam os ataques dos governos golpistas contra a Petrobras.
Por razões óbvias, Bercovici nunca é ouvido pela mídia comercial, que prefere dar espaço somente a economistas e consultores representantes dos interesses do “mercado”.
Já no programa Fantástico, do último domingo (21/2), não foi dita uma única palavra sobre a demissão do presidente da Petrobras e muito menos sobre a decisão de Bolsonaro intervir para conter a alta nos preços dos combustíveis.
Em quase três horas de duração, o Fantástico deu espaço para tudo: futebol, histórias comoventes sobre pinguins e pesca, mas nada sobre um assunto tão crucial como esse.
Em sua coluna no Globo de hoje (22/2) Merval Pereira, ecoando a voz dos patrões, chegou a dizer que a demissão de Castello Branco teria a ver com o fato dele não ter aceito que a estatal pagasse uma milionária campanha de publicidade nas TVs Record e SBT.
Agindo assim, Merval tentou atingir dois alvos — Bolsonaro e os principais concorrentes da Globo –, além de continuar minando a imagem da Petrobras junto à opinião pública.
Em outras palavras, ele se mantém firme na campanha de destruição da maior empresa estatal brasileira.
Tudo isso deixa nítido como será árdua a batalha para o Brasil recuperar sua maior empresa estatal e a soberania sobre o petróleo.
Mas o importante é que, queiram ou não os donos da mídia, seus serviçais e o próprio Bolsonaro, essa batalha já começou.
*Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação da UFMG