O “gabinete do ódio se espraiou por toda a estrutura do governo federal. Nesta terça-feira (20), Manuela D’Ávila (PCdoB) relatou ter descoberto que consta como “morta” no seu cadastro do Sistema Único de Saúde. Antes dela, Gleisi Hoffmann (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) também denunciaram adulterações em seus registros digitais no SUS.
Por Altamiro Borges
Candidata à prefeitura de Porto Alegre no ano passado, a jovem comunista descobriu a provocação fascista quando foi se vacinar contra a Covid-19 na capital gaúcha. Manuela D’Ávila postou uma foto de sua página no SUS no qual aparece logo abaixo do seu nome uma “data de óbito”: 14 de outubro de 2018.
“Eles me mataram depois do primeiro turno”
Sem perder o humor, Manuel D’Ávila ainda ironizou: “Tenho uma notícia para dar: estou vivinha da silva e na luta, apesar das ameaças permanentes que fazem. Vamos ver o Brasil feliz novamente”. A aguerrida comunista também anunciou que ingressará na Justiça para corrigir seu cadastro e para investigar e punir os provocadores fascistas.
“Sobre a alteração do meu cadastro no Ministério da Saúde: ingressarei com ação judicial para que seja corrigida a minha inscrição no SUS. Além disso, espero que seja responsabilizada a pessoa que praticou o crime de adulteração. Para tanto, estamos estudando medidas cabíveis”, postou em suas redes sociais.
Ninguém está a salvo do gabinete do ódio
Um dia antes, Guilherme Boulos (PSOL), que disputou a prefeitura de São Paulo em 2020 e a presidência da República em 2018, também soube que seu cadastro no Cartão Nacional de Saúde sofreu ataques. O jovem líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e seus pais foram xingados e caluniados.
“Descobri que meus dados cadastrais no SUS foram alterados ilegalmente. Além de não registrarem a primeira dose da vacina contra a Covid-19, recebida há uma semana, dados como o nome dos meus pais foram alterados por ofensas e xingamentos grosseiros. É lamentável que nem mesmo o SUS esteja a salvo do gabinete do ódio”, protestou em nota.
Cobrar apuração do Ministério da Saúde
As adulterações dos cadastros de Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos foram identificadas uma semana após a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ter denunciado alterações no seu registro. A deputada paranaense também apareceu como “morta” e nem pode se vacinar. No cadastro, ela ainda recebeu o apelido de “Bolsonaro” após seu nome completo.
Dias depois, ela debochou do ataque fascista. “ReSUScitei no cadastro do SUS. Agora estou bem viva, meu CNS [Cartão Nacional de Saúde] foi corrigido. Quero agradecer o empenho e atenção do pessoal do Centro de Saúde n° 5, Lago Sul, em Brasília, que se dedicou para corrigir. Vamos cobrar e acompanhar as investigações do Ministério da Saúde”, tuitou.