A Ancine (Agência Nacional do Cinema) foi palco, nesta quinta-feira (04), de um ato para denunciar a censura ao filme “Marighella”, com direção de Wagner Moura, que estreou hoje, data da morte do guerrileiro que lutou contra a ditadura do regime militar no Brasil.
Foram dois anos de espera para a estreia oficial do filme, protagonizado por Seu Jorge, sem receber qualquer investimento público para a distribuição nas salas de cinema do Brasil, ao contrário do que ocorre com as demais grandes produções cinematográficas nacionais.
Diante disso, o movimento Levante Popular da Juventude reuniu militantes, logo pela manhã de hoje, na sede da Ancine no Rio de Janeiro, para denunciar a censura ao filme e também o desmonte da agência de fomento audiovisual.
“Nós não vamos tolerar a volta aos marcos da ditadura e vamos sim defender a arte e a cultura no nosso país”, disse Rosa Amorim, durante o ato, diretora de Cultura da UNE.
O filme foi concluído em 2019, e desde então atravessava dificuldades para ser lançado. Assim, antes de chegar às salas de cinema do país, o longa já percorreu diversos países do mundo, participando de festivais em Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo e Cairo.
Leia a íntegra da nota do movimento Levante Popular da Juventude:
Contra o Desmonte da Ancine
Hoje 04.11, o Levante realizou um escracho ao governo Bolsonaro em frente a Ancine (RJ), denunciando a censura ao filme “Marighella” no Brasil e o desmonte da Agência Nacional de Cinema.
Este governo vem promovendo um verdadeiro ataque aos órgãos culturais do nosso país e a Ancine. A Ancine é agência que fomenta o cinema nacional e é uma ferramenta importantíssima para a valorização da nossa cultura brasileira.
Esse é o motivo de realizarmos a ação no dia da estreia do filme Marighella; Intervenção como forma de valorizar a produção nacional, cobrando mais investimento na cultura e denunciar o atual governo.