No final da tarde desta segunda-feira (12), no dia da diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bolsonaristas ensandecidos tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília. Os terroristas incendiaram mais de dez carros e cinco ônibus. Eles também tentaram se dirigir ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente eleitos pelo povo brasileiro. As milícias fascistas, porém, foram contidas pela ação – bastante branda – da polícia do Distrito Federal.
Altamiro Borges
Segundo relato da Folha, o tumulto teve início logo após a detenção do jagunço bolsonarista José Acácio Serere Xavante, que se traveste de líder indígena e pastor evangélico. A ordem de prisão foi expedida por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da própria Procuradoria-Geral da República (PGR). Ela foi cumprida pelos agentes da Polícia Federal, que conduziram o terrorista até a sede da corporação, na Asa Norte de Brasília.
O líder de vários episódios de vandalismo
Em sua solicitação, a PGR argumenta que o terrorista José Acácio promoveu inúmeros atos de vandalismo nos últimos dias, tentando criar um clima de medo e violência no período que antecede a posse de Lula. Ele chefiou as arruaças diante do hotel que hospeda o presidente eleito, em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping e na Esplanada dos Ministérios. “A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, afirma o pedido.
Diante das alegações da PGR, Alexandre de Morares determinou a detenção do chefe terrorista. “A restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, explicou em sua decisão. Na sequência, a prisão desencadeou os atos de vandalismo, conforme descreve a Folha:
“Com o preso no prédio da PF, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir o local. Após serem repelidos pela polícia, os manifestantes foram para outras vias da cidade e passaram a atear fogo em ônibus e em carros. Eles ainda depredaram postes de iluminação. Vestidos com camisas amarelas e bandeiras do Brasil, eles também quebraram veículos que estavam estacionados próximos ao prédio da PF. Policiais reagiram e houve tumulto no local. Bolsonaristas arremessavam pedras, e bombas de efeito moral foram jogadas para tentar conter a depredação”.
O comandante-em-chefe dos atos terroristas
“O confronto também fez a Polícia Federal e a PM reforçarem a segurança no prédio onde Lula está hospedado. Policiais do grupo de elite da PF foram enviados para o local e a PM criou um cordão de isolamento na entrada do hotel. Há ainda agentes da PM com armamento mais pesado que se posicionaram perto do prédio onde Lula está hospedado. Por volta das 21h, era possível ver próximo ao hotel um ônibus pegando fogo. Às 21h35, a equipe de segurança do hotel orientou quem estava em frente ao prédio a entrar no estabelecimento”, complementa a reportagem.
Diante desse episódio grotesco, cópia rastaquera da invasão do Capitólio nos EUA, agora se aguarda uma postura rigorosa dos responsáveis pela defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito. Os envolvidos na ação criminosa devem ser processados, julgados e condenados. Mas é preciso responsabilizar o incitador e comandante-em-chefe dessas milícias: Jair Bolsonaro. Por mais esse ato terrorista, ele merece ser exemplarmente punido. A cadeia deve ser o destino final do “capetão”!