21 de novembro de 2024

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‘País conflagrado coloca comunicação na ordem do dia’, afirma Tereza Cruvinel

O caos e o terror promovidos pelo fascismo levou o país a uma situação de conflagração. Isso, por si só, já coloca a comunicação como uma questão urgente, na avaliação de Tereza Cruvinel. A jornalista, fundadora e ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), participou de live nesta quarta-feira (11), ao lado de Luis Nassif, no canal do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Com a proposta de trocar impressões e ideias sobre a agenda da comunicação no novo governo Lula, Cruvinel lembra que os retrocessos na Comunicação Pública, por exemplo, já vêm desde Michel Temer. “No dia seguinte ao golpe, quando Dilma ainda estava afastada apenas, Temer já atacou a EBC, desmanchando o Conselho Curador e desfigurando a Empresa”, avalia.

Segundo ela, ao mesmo tempo em que a tensa conjuntura nacional exige enfrentar as pautas e bandeiras da luta pela democratização da comunicação, a conformação do governo, cuja eleição é fruto de uma complexa construção do tipo ‘frente ampla’, faz contrapeso nesta balança. De acordo com Cruvinel e Nassif, será preciso muito engajamento da sociedade civil e das próprias mídias alternativas para desequilibar o tabuleiro e mover as peças desse xadrez das políticas de comunicação em favor da democratização do setor.

Nassif critica que a política de distribuição de concessões de radiodifusão funcione historicamente como ‘propriedades privadas’, distanciando a realidade brasileira da premissa de que a comunicação, mais que um negócio, é um direito.

Para o diretor do Jornal GGN, a questão da distribuição das verbas de publicidade oficial é fundamental – e um tema pendente, inclusive, dos governos anteriores de Lula e Dilma – para oxigenar e dar alguma sustentabilidade aos meios independentes. “Toda a mídia alternativa, os veículos populares de toda sorte, precisam ser contempladas no critério de distribuição de publicidade oficial”, pontua.

Esses e muitos outros temas foram discutidos ao longo da live, que contou com mediação dos jornalistas Felipe Bianchi (Barão de Itararé) e Anderson Moraes (Jornal Empoderado). Assista na íntegra a seguir: