9 de dezembro de 2024

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‘Midia privada ataca Comunicação Pública por questão ideológica’, diz Hélio Doyle

Presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) esteve no Seminário ‘Os desafios da comunicação numa era de desinformação e ataques à democracia’, nesta sexta-feira (2), em Salvador/BA; além dele, Guia Dantas (Assessora Especial de Comunicação do RN) participou do debate com mediação de Deyvid Bacelar (Federação Única dos Petroleiros).

Apesar dos esforços de Michel Temer e Jair Bolsonaro para desidratar ou distorcer seu papel, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) sobreviveu. Os desafios colocados para que a iniciativa pioneira de Comunicação Pública no Brasil avance, no entanto, são muitos, e foram discutidos nesta sexta-feira (2), durante o Seminário Os desafios da comunicação numa era de desinformação e ataques à democracia, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em Salvador/BA.

Felipe Bianchi | Fotos: Mateus Pereira/GovBA

São dois grandes obstáculos, segundo o presidente da EBC, Hélio Doyle: o primeiro são as limitações burocráticas enfrentadas pela estatal, atrelando seu financiamento ao Orçamento. O segundo é estritamente ideológico: o lobby dos ‘donos’ da mídia privada contra o florescimento de qualquer iniciativa de comunicação que não esteja sob o comando do poder econômico.

“Para a mídia privada, não interessa que as iniciativas de Comunicação Pública, como a EBC, evoluam. Eles sabem que é difícil chegarmos na competência econômica deles, mas o problema deles é ideológico”, argumenta. “Eles defendem o pensamento único”.

“É óbvio que há uma enorme desvantagem do sistema público em relação ao privado na comunicação, apesar de a Constituição rezar pela complementaridade. E isso torna a batalha de ideias e visões extremamente desigual na sociedade”, complementa Doyle.

Mosaico comunicacional

Assessora Especial de Comunicação do Rio Grande do Norte, Guia Dantas falou sobre a experiência à frente de uma administração de uma mulher de esquerda, Fátima Bezerra. “Comunicação não é uma opção, é uma necessidade da população”, afirma. “Precisamos facilitar o acesso. Não adianta esperar só que a pessoa acesse a Internet e busque a informação. Temos de levar a informação em todas as frentes”.

Relatando as dificuldades de fazer valer a comunicação do governo durante a pandemia, Guia alerta: é preciso diversificar a distribuição do bolo publicitário com inteligência. “Poder público precisa fomentar a comunicação independente, popular e comunitária, com políticas públicas que fortaleçam o setor. É necessário anunciar nos grandes veículos, mas não pode ser um círculo vicioso”, diz. “É ótimo que Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) esteja preparando decreto para permitir anúncios institucionais em rádios comunitárias. É o que queremos fazer no Rio Grande do Norte, para fortalecer esses veículos locais tão importantes”.

Sem fortalecer a Comunicação Pública e as mídias alternativas e comunitárias, além de boas estratégias de comunicação governamental por parte das administrações públicas progressistas, será difícil fazer frente ao pensamento único do oligopólio midiático privado, avaliam Doyle e Dantas.

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