1 de julho de 2024

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Felipe Bianchi: Como no Brasil, mídia argentina abraça fascismo para barrar progressismo

“O que acontece na Argentina é a adesão [da grande mídia] a candidaturas que tenham características fascistas como forma de barrar o progressismo e emplacar uma agenda privatizante”, afirma o jornalista da ComunicaSul Felipe Bianchi, que reporta direto do país vizinho o primeiro turno das eleições.

Por Sonia Maria e Guilherme Ribeiro | Diálogos do Sul

Nesta quinta-feira (19), ele foi recebido no programa “Café da manhã”, do Canal DCM, e falou sobre os impactos do discurso de Javier Milei, a campanha de Sergio Massa – atual ministro da Economia e candidato do progressismo à presidência – e a reta final do primeiro turno das eleições argentinas, que acontece neste domingo (22).

“A gente vê o que viu no Brasil, que é a naturalização desse tipo de político”, diz Bianchi. Ele lembra que em 2018 a grande mídia, apesar de se mostrar crítica aos discursos fascistas de Bolsonaro, apoiava o agenda econômica de Paulo Guedes.

Na quarta-feira (18), o jornalista esteve presente no encerramento da campanha da coalizão progressista “Unión por la Patria”, em Porto Madero, bairro tradicional da direita Argentina.

Segundo ele, a campanha progressista atraiu em torno de 7 mil apoiadores para a famosa casa de shows Luna Park. Já Javier Milei, candidato de extrema-direita, atraiu 20 mil militantes e simpatizantes em um evento recente, que foi descrito por jornais do grande capital como um “verdadeiro show de pop-rock”.

“Vemos muitos jovens aderindo a esse discurso do Milei de ‘romper todo’ (romper com tudo). São saídas totalmente individuais porque o projeto é extremamente privatista”, alerta Bianchi.

Neste sentido, ele aponta que apesar das ondas progressistas no Brasil, com Lula, e na Colômbia, com Gustavo Petro, há um sério risco de que o pesadelo fascista se instale no poder da Argentina, como no Brasil, em 2018.

Na entrevista completa, você encontra mais comentários de Felipe Bianchi sobre os arroubos da campanha de Javier Milei, como ameaças de romper relações com o Vaticano – em razão de falas recentes do Papa Francisco – e como o perfil outsider do candidato anarcocapitalista se opõe à imagem política de Sergio Massa.