Sobre a publicação “Denúncia ao MPT-DF relata armação de Estadão no caso ‘Dama do Tráfico’”, de 19 de novembro de 2023, repudio as mentirosas e infundadas acusações divulgadas por este veículo a meu respeito, como se verdade fossem, sem ouvir os repórteres que assinaram a matéria e sem informar ao leitor que se tratava de uma denúncia anônima.
Jamais submeti os repórteres da minha equipe a “condições degradantes e humilhantes”, a jornadas “sem contabilização ou pagamento de horas extras”. Tampouco proferi “ordens arbitrárias e enviesadas”, ainda mais visando à “fabricação de notícia”. Em resumo, não pratiquei as “ilegalidades trabalhistas e profissionais” irresponsavelmente reproduzidas na matéria.
Os próprios jornalistas de política do Estadão, também indignados com as acusações, divulgaram em 22 de novembro de 2023 uma carta aberta na qual reprovaram a divulgação de “versões falsas sobre nossas condições de trabalho” e esclareceram serem “mentirosas as informações… de que nossas reportagens são escritas e publicadas sob coação e assédio de editores”.
Aliás, ao contrário do que esse veículo noticiou, as reportagens sobre a “Dama do Tráfico” não foram preparadas e publicadas por repórteres recém-contratados, mas, sim, são assinadas por dois experientes jornalistas da editoria de política do Estadão.
A fragilidade da denúncia, formulada por um acusador anônimo e desacompanhada de provas, fez com que o Procurador do Trabalho responsável determinasse preliminarmente, em decisão de 21 de novembro de 2023, a realização de diligências para corroborar as afirmações reproduzidas por este veículo.
Sobretudo porque, naquela mesma decisão, entreviu-se a possibilidade de que o Ministério Público do Trabalho esteja sendo “utilizado como mecanismo para criação de factoides político-partidários”.
A verdade é que a cobertura jornalística do caso “Dama do Tráfico” nada teve de “armação”. Pelo contrário, as visitas de Luciane Barbosa Faria ao Ministério da Justiça, então comandado por Flávio Dino, foram confirmadas pela própria pasta, que, inclusive, mudou as regras de acesso ao prédio em regime de urgência. E um secretário do Ministério assumiu publicamente o erro.
Não agi por conveniências pessoais ou com o intuito de beneficiar a candidatura de quem quer que seja a uma vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal. Muito menos a do presidente do Tribunal de Contas da União, de quem não sou “amiga pessoal” nem “devedora”.
Como sempre faço, e como é tradição do Estadão, a equipe de Política do jornal e eu levamos à sociedade informações verdadeiras a respeito de um assunto de evidente interesse público, respeitando a ética jornalística e os direitos trabalhistas.
Direito de resposta assinado pela jornalista Andreza Matais