
No marco de seus 15 anos de vida, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé renovou sua Coordenação e ampliou seu Conselho Consultivo em assembleia realizada no dia 15 de abril, de maneira remota.
A organização dá as boas-vindas a 45 novos conselheiros e conselheiras, fortalecendo o espaço que já reunia um timaço composto por nomes de peso do jornalismo, da comunicação popular, da cultura, da academia, da luta política e dos movimentos social e sindical no Brasil.
A diversidade de nomes e entidades que figuram na Coordenação e no Conselho do Barão de Itararé refletem a ampla construção coletiva que balizou os 15 anos de atuação da organização, tornando-a referência inconteste na luta pela democratização da comunicação no país.
A seguir, confira quem compõe a Coordenação e a lista completa com os novos nomes que passam a integrar o Conselho Consultivo da entidade:
COORDENAÇÃO (2025-2027)
Altamiro Borges
Anderson Guahy
Anderson Moraes
Belmiro Moreira
Carlos Tibúrcio
Cido Cidoli
Danielle Penha
Ergon Cugler
Felipe Bianchi
Janelson Ferreira
Larissa Gould
Laurindo Lalo Leal Filho
Luciana Oliveira
Maria Alice Vieira
Rita Casaro
Samira de Castro
Vanessa Martina-Silva
CONSELHO CONSULTIVO
Ana Flávia Marx – jornalista
Ana Prestes – analista internacional
Anderson Ribeiro de Freitas – pesquisador e advogado tributarista
Basílio Carneiro – Folha da Paraíba
Cadu Amaral – blogueiro
Camila de Camargo Modanez – consultora de estratégia e comunicação digital
Carlos Nobre –ambientalista
Carol Lima – jornalista, Movimento Brasil Popular
Dhayane Santos – Brasil 247
Dimas Roque – Mídia Livre
Emanoel Souza – Conselho de Comunicação da Bahia
Fernanda Otero – jornalista
Gabriela Beraldo Rodriguez – jornalista e diretora da ANPG
Gustavo Conde – Influenciador digital
Hector da Silva Batista – diretor da UEE-SP
Ivone Silva – presidenta do Instituto Lula
Jô Miyagui – jornalista
Julie Chiron Ricard – pesquisadora da FGV-EAESP
Kátia Marko – Brasil de Fato/RS
Laura Rodrigues Fialho dos Santos – diretora da Frente Hacker da UJS-Brasil
Lejeune Mirhan – escritor e analista internacional
Leonardo Preto – FNDC e Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS)
Lissandro Nascimento – Associação dos Blogueiros de Pernambuco
Luciana Gatti – ambientalista
Luana Bonone – jornalista
Manuella Mirella – presidenta da UNE
Marcela Bonfim – jornalista, Amazônia Negra – sem contato – Anderson
Maria Rita Kehl – jornalista e psicanalista
Maria Victoria Benevides – socióloga e professora emérita da USP
Moisés Mendes – jornalista
Natalia Szermeta – coordenação do MTST
Osvaldo Bertolino – Outro Lado da Notícia
Reginaldo Nasser – escritor e analista internacional
Renata Rosa de Souza Candido – Coletivo Rogério Lustosa
Rodrigo Vianna – ICL Notícias
Rogério Thomaz – jornalista
Sálvio Kotter – escritor e editor
Simão Zygband – Construir Resistência
Sousa Júnior – Atitude Popular
Talita Galli – TVT
Theófilo Rodrigues – jornalista
Veronyka Gimenes – colaboradora do Podcast Entre Amigues
Walter Sorrentino – presidente da Fundação Maurício Grabois
Wesley Oliveira – ativista digital
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Quem foi o Barão de Itararé?
A incrível história de Apparício Torelly (1895-1971) parece não receber a devida justiça em relação ao que se sabe e se fala sobre tal figura. Um dos criadores da imprensa alternativa no país e o “pai do humorismo brasileiro”, o jornalista gaúcho foi fundador dos jornais “A Manha” (em resposta ao jornal ‘A Manhã’) e “Almanhaque”, ironizando as elites, criticando a exploração e enfrentando o autoritarismo.
Preso várias vezes, nunca perdeu o seu humor. “Itararé”, por exemplo, é o nome da batalha que não houve entre a oligarquia cafeeira e as forças vitoriosas da “Revolução de 1930” – sim, seu título é de um grande evento… que nunca existiu!
Político sagaz, Torelly foi militante do Partido Comunista do Brasil (então PCB) e eleito vereador pelo Rio de Janeiro em 1946 com o lema “mais leite, mais água e menos água no leite” – denunciando fraudes da indústria leiteira da época. O Barão de Itararé denunciou as manipulações da imprensa, tendo sido um crítico ácido dos jornais golpistas de Assis Chateaubriand e Carlos Lacerda e um entusiasta do jornalismo alternativo. Após o golpe militar de 1964, ele passou por inúmeras privações. Faleceu em 27 de novembro de 1971.
O que é o Barão de Itararé?
Fundada no bojo do movimento dos “blogueiros sujos”, em meados da década de 2010, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé nasceu com a missão de congregar diversos setores da sociedade na luta por uma mídia mais democrática. Setor historicamente concentrado nas mãos de poucas famílias, o Barão reuniu acadêmicos, jornalistas, movimentos sociais, sindicalistas, ativistas da cultura e da política para somarem esforços em uma luta estratégica para o campo democrático e popular – muitas vezes, infelizmente, menosprezada.
Atravessando as transformações tecnológicas cada vez mais rápidas no mundo da comunicação, o Barão consolidou-se como um dos espaços mais vibrantes da luta para democratizar o setor no Brasil. A entidade investe em formação através de debates, seminários, cursos e palestras, além da publicação de livros em seu selo de editorial.
Suprapartidária, a organização notabilizou-se como a casa das mídias alternativas, independentes e populares, abraçando todo o campo progressista. A identidade do Barão reflete um pouco o espírito de Aparício Torelly, já que a irreverência e a galhardia são algumas de suas marcas registradas.
Leia a reportagem especial sobre os 15 anos do Barão de Itararé!