O Brasil se prepara para uma intensa jornada de solidariedade internacional ao povo palestino. No próximo dia 15 de junho, movimentos populares, organizações sociais, coletivos e ativistas ocuparão ruas de diversas cidades do país como parte da Marcha Global para Gaza, iniciativa internacional que culminará com a chegada de uma caravana de 50 mil pessoas em Rafah, dentre elas alguns brasileiros, na Faixa de Gaza, exigindo o fim do genocídio promovido por
Israel e o rompimento de relações diplomáticas e comerciais com o regime sionista.
Frente Palestina em São Paulo
Em São Paulo, o ato principal acontecerá às 11 horas da manhã, com concentração na Praça Roosevelt, sob o lema “Basta de genocídio na Palestina! Lula, rompa com Israel, já!”. Além da capital paulista, atos estão sendo convocados em dezenas de cidades brasileiras. A mobilização ganhou ainda mais força após a entrega, em Paris, de uma carta assinada por mais
de 12 mil brasileiras e brasileiros ao presidente Lula, exigindo que o Brasil adote sanções contra Israel. Entre as adesões, estão Chico Buarque, Wagner Moura, Letícia Sabatella, Gisele Itiê, BNegão e Ney Matogrosso.
A carta foi entregue pela jornalista e escritora brasileira Marcia Camargos, em Paris, durante a visita oficial do presidente à Europa. A entrega representa um marco na articulação internacional pela Palestina e pressiona o governo brasileiro a abandonar a neutralidade diante de um massacre sistemático.
A Marcha Global para Gaza é uma iniciativa internacional organizada por médicos, jornalistas, defensores dos direitos humanos e integrantes da resistência civil palestina. Com participantes de mais de 50 países, incluindo uma delegação brasileira, a marcha sairá do Cairo, no Egito, no dia 12 de junho, e percorrerá o caminho até Rafah, levando ao mundo a mensagem de que a solidariedade dos povos não será calada.
No Brasil, o dia 11 de junho também será um Dia D nacional de convocação para os atos do dia 15, com uma ação nas redes sociais. Estão previstas mobilizações em universidades, redes sociais, espaços públicos e parlamentos, com o objetivo de ampliar a adesão popular à jornada de solidariedade.
A Marcha denuncia o massacre em curso – que já resultou na morte de mais de 60 mil palestinos desde outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças – e exige o fim imediato do cerco, do bloqueio e das ofensivas militares. Também reivindica rompimento de relações com Israel, ajuda humanitária urgente e liberdade para o povo palestino.
Segundo Léo Péricles, da Unidade Popular, precisamos entender a ligação entre as chacinas que acontecem no Brasil e na Palestina. “O caveirão que estava na porta da favela do Moinho (despejando as pessoas) é de fabricação israelense, o genocídio a conta-gotas contra o povo pobre e preto no Brasil está vinculado ao da Palestina.” A tecnologia militar comprada com dinheiro público para reprimir a população negra das periferias brasileiras é a produzida e testada pelo exercito sionista de Israel sobre os corpos palestinos na sua ocupação do território palestino.
Um rastro racista e genocida que segundo Regina, do Movimento Negro Unificado, nós é que temos a tarefa de denunciar e parar, pois “a ONU [apenas] foi criada para viabilizar o estado de Israel, e devemos começar cobrando de todos os estados nacionais que tenham ações efetivas de rompimento” com esse estado assassino e que seja responsabilizado por seus crimes de guerra, bombardeios, cercos militares, privação do direito a receber ajuda humanitária, perseguição politica, dentre muitos outros.
Nos unimos às reivindicações pela libertação dos ativistas que integraram a mais recente Flotilha da Liberdade, entre eles o brasileiro Thiago Ávila, sequestrada em águas internacionais pelo exército israelense na madrugada de segunda-feira em mais um crime de guerra cometido. Exigimos a libertação dos integrantes da embarcação que corajosamente
tentou romper o cerco militar e levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Queremos também denunciar internacionalmente as violações e perseguições que Israel impõe aos palestinos e a todos que estão ao seu lado em solidariedade e contra o genocídio.
A Frente Palestina em São Paulo e diversas entidades seguem convocando a população: do Rio ao mar, Palestina vencerá!