A cassação do mandato de Eduardo Cunha, naturalmente, virou notícia nos jornais e portais de notícias de todo o Brasil. Mas com seu papel decisivo durante o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, o ex-presidente da Câmara e, agora, ex-deputado, virou notícia internacional.
Os principais jornais do mundo fizeram um resgate sobre a vida do político, que é réu em dois processos e foi cassado por quebra de decoro parlamentar ao mentir durante a CPI da Petrobras, em 2015, ao afirmar que não mantinha contas no exterior.
O jornal Le Monde, da França, descreveu Cunha como um especialista em “falcatruas políticas”. A manchete destacou a ameaça do ex-deputado aos senadores: “Aquele que assume o papel de juiz, precisa saber que amanhã pode ser julgado”. Já o britânico Daily Mail optou pelo contexto e por apontar seu papel no impeachment de Dilma Rousseff, bem como sinalizar que, coincidentemente, Cunha entrou na cena política graças ao então presidente (que também sofreu impeachment) Fernando Collor.
A BBC traz as denúncias contra Cunha e a votação “massiva” a favor da sua cassação como manchete e explica que o processo ocorreu devido a mentira de Cunha durante a CPI, comprovada mais tarde com a descoberta de contas do ex-parlamentar na Suíça. O ornal argentino La Nacion foi mais duro e crítico ao definir Cunha como ultraconservador e concluiu dizendo que o ex-deputado é um “conhecedor dos labirintos do Congresso”.
O Washington Post diz, em sua reportagem, que Cunha se tornou um troféu da oposição e que foi cassado pelo governo que ajudou a chegar ao poder, corroborando a crítica do próprio ex-deputado, que afirmou não ter recebido apoio do presidente empossado Michel Temer.
O Deutsche Welle, jornal alemão, aponta que uma vez que Cunha perdeu seus direitos políticos e o foro privilegiado, corre o risco de ser preso se condenado nos dois processos nos quais é réu.