19 de setembro de 2024

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Polícia ataca MST e golpe ganha ares de ditadura

Por Felipe Bianchi

Após a prisão em Santos/SP de um ator que interpretava peça sobre a truculência da Polícia Militar e a autorização judicial para o emprego de técnicas de tortura para forçar a desocupação de escolas no Distrito Federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é o alvo da mão de ferro do golpismo. Nesta sexta-feira (4), a Escola Nacional Florestan Fernandes, localizada em Guararema/SP, foi invadida pelas polícias civil e militar, sem mandado e à bala.

Confira o relato publicado pelo MST:

Na manhã desta sexta-feira (04), cerca de 10 viaturas da polícia civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo.

Foto: www.mst.org.brDe acordo os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, pularam o portão da Escola e a janela da recepção e entraram atirando em direção às pessoas que se encontravam na escola. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas são de borracha e sim letais.

Neste momento, a polícia está em frente à ENFF. Diante da ação de advogados, os policiais recuaram. A invasão na Escola ocorreu sem mandado judicial, o que é ilegal.

O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos.

A operação em SP decorre de ações deflagradas no estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil executa mandados de prisão contra militantes do MST, reeditando a tese de que movimentos sociais são organizações criminosas, já repudiado por diversas organizações de Direitos Humanos e até mesmo por sentenças do STJ.

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Os grandes meios de comunicação privados, mantendo sua tradição, silenciou frente a mais um descalabro promovido pelo golpistas aos quais dão suporte, mas a Mídia Ninja transmitiu ao vivo, em seu Facebook, o grave episódio ocorrido na ENFF. Confira:

A agressão soma-se a diversas iniciativas que dão ares de ditadura ao governo ilegítimo de Michel Temer, imposto a partir da destituição da presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff. Ao passo em que agrava o Estado de exceção no país, a intensificação da criminalização e da repressão aos movimentos sociais e ativistas escancara o caráter autoritário e ditatorial do golpismo.