27 de novembro de 2024

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A ascensão de Lula é a desmoralização da mídia e do Judiciário

É razoável supor que há, dentre o portentoso – e crescente – número de eleitores que pretendem votar em Lula, dois grupos.

O primeiro percebe a sua condenação e prisão como injusta e como um instrumento para retirá-lo da disputa eleitoral. Para este grupo, é óbvio que a insana ofensiva do Judiciário e da grande mídia contra o ex-presidente não tem nada a ver com combate ao crime – e tudo a ver, para ficarmos no jargão global, com perseguição política.

O segundo grupo é composto de pessoas que até acreditam na sinceridade da propalada cruzada contra a corrupção empreendida pela Lava Jato sob o foguetório da Globo. Entretanto, mesmo estes não compram a balela de que a corrupção é o grande problema do nosso país. Do contrário, não votariam em Lula, “o chefe do esquema”.

Por Pedro Breier, n’O Cafezinho

Há aqui também um previsível efeito colateral da eterna campanha antipolítica levada à cabo pela mídia: se política e corrupção são inseparáveis, como quer fazer parecer a lavagem cerebral diária dos jornais e telejornais, melhor votar no corrupto em cujo governo a vida melhorou, não é mesmo?

O fato é que ambos os grupos de eleitores não foram convencidos pelo massacre jurídico e midiático imposto a Lula. Este está preso e sem poder falar com o povo (a não ser por cartas) desde o último dia 7 de abril.

Mesmo assim, os percentuais de Lula subiram acima da margem de erro nas pesquisas Ibope e Datafolha recém divulgadas. Os adversários estão estagnados. Os números de Lula quase chegam a dar-lhe a vitória no primeiro turno, sendo que ele bate todos os adversários nas simulações de segundo.

Trata-se de mais um feito invulgar do retirante nordestino que chegou à presidência: disparar na liderança da corrida eleitoral isolado em uma cela, enquanto os outros candidatos fazem campanha. Um fenômeno.

Há uma conclusão cristalina que emerge deste quadro.