Com o país conflagrado entre a extrema-direita e o bloco democrático de centro-esquerda, Ciro Gomes escolheu o oportunismo.
Filiado a um partido que integra o campo progressista, o PDT, Ciro parece cada vez mais prisioneiro da estratégia que traçou para si mesmo, desde o segundo turno da eleição de 2018, quando se refugiou em Paris evitando enfrentar a candidatura neofascista.
Acredita, talvez, que ocupará assim o espaço, entre o centro e a direita, deixado vazio pelo desmoronamento do PSDB.
O mais provável, no entanto, é que tenha o mesmo fim de outras lideranças que tentaram esse caminho: perderam o respeito à esquerda, sem ganhar o apoio pretendido à direita.
Se fosse só isso, caberia a quem está do lado de cá apenas lamentar a estratégia suicida.
Mas Ciro agora ultrapassou outra fronteira. Agrediu de forma covarde e mentirosa os jornalistas Kiko Nogueira e Paulo Moreira Leite.
Kiko e Moreira Leite passaram pela mídia corporativa, com carreiras respeitáveis e vitoriosas, e nos últimos anos dedicaram-se ao combate da informação em destacados veículos da mídia progressista (DCM e Brasil 247). Ao atacar os jornalistas, Ciro tenta, quem sabe, se mostrar útil à direita midiática que não suporta as poucas vozes dissonantes na internet.
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé manifesta solidariedade aos dois e repudia os lamentáveis ataques de Ciro Gomes.