Nesta sexta-feira (13), ao participar da inauguração do Complexo de Energias Boaventura, no Rio de Janeiro, o presidente Lula chamou de “um bando de imbecis” os defensores da privatização da Petrobras. Dias antes, o jornal Folha de S.Paulo havia publicado um editorial pregando “privatizar Petrobras, Caixa e Banco do Brasil”, tratadas como empresas “anacrônicas”, “ineficientes” e “custosas”. Será que o discurso de Lula foi uma indireta para a rentista e golpista famiglia Frias?
Por Altamiro Borges/Blog do Miro
Em seu discurso, bastante aplaudido pelos petroleiros presentes à solenidade no antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o presidente ironizou: “Quantas vezes já tentaram privatizar a Petrobras? Quantas vezes já tentaram mudar de nome? Quantas vezes disseram ‘não, nós temos que vender a Petrobras porque o petróleo vai acabar e a gente vai ficar com uma empresa que não presta para nada’. É um bando de imbecil que fala isso”.
Lula também afirmou que a empresa estatal será uma referência na produção de biocombustível, etanol e hidrogênio verde. “A Petrobras é mais do que uma indústria de óleo e de petróleo, a Petrobras é uma indústria de energia e ela vai produzir o que for necessário”. O antigo Comperj foi anunciado em 2006, no primeiro governo Lula. Ele deveria ter sido concluído em 2012, mas teve as obras interrompidas pela ação destrutiva da midiática Lava-Jato. Agora, o complexo foi rebatizado e está apto para iniciar as operações de processamento de gás natural.
Um jornal a serviço da privataria
A Petrobras não tem nada de “anacrônica”, “ineficiente” ou “custosa”, como afirmou a Folha em seu editorial privatista e entreguista. Pelo contrário. A estatal é uma empresa altamente lucrativa e com os mais altos padrões tecnológicos do mundo – como na extração de petróleo na camada do pré-sal. O jornal da famiglia Frias sabe disso, mas mente para sustentar suas teses neoliberais e para defender a privataria das estatais lucrativas, como a Petrobras, a Caixa e o Banco do Brasil.
Não é para menos que o editorial bajula o programa de desestatização – de desmonte do Estado – deflagrado pelo tucano FHC e esconde os desastres – econômicos, sociais e ambientais – causados pelas privatizações de empresas como a Vale e do setor de energia elétrica. Para a Folha, a venda das estatais foi “um grande sucesso” e ela quer mais sangue, mais privataria. A famiglia Frias, que expressa os interesses do avarento deus-mercado, tem ódio das estatais brasileiras.
“Esse aparato é custosamente mantido sob o comando do Estado, sobretudo, por interesses políticos e sindicais. Invocam-se pretextos nacionalistas e estratégicos para preservar o poder de lotear cargos, distribuir favores e bancar projetos de retorno duvidoso, para nem falar em lisura”. De fato, é “um bando de imbecis”, que só almeja o lucro proveniente dos roubos da iniciativa privada – nos dois sentidos da palavra.