O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) encaminhou ofício à Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo e à Secretaria de Segurança Pública cobrando celeridade e rigor na investigação da conduta do policial civil Arcênio Scribone Junior, acusado de ameaçar a jornalista Natuza Nery, apresentadora da GloboNews, no último dia 30 de dezembro de 2024, enquanto ela fazia compras em um supermercado da capital paulista.
Por Redação/SJSP
Após as ameaças, a jornalista acionou a Polícia Militar por meio do 190 e ela e o agressor foram conduzidos até o 14º Distrito Policial para o registro de ocorrência. Por envolver um policial civil, a Corregedoria de Polícia Civil assumiu as investigações do caso e o acusado foi afastado de suas atividades operacionais.
No ofício, o SJSP cita levantamento realizado pela Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) nas eleições de 2024, em que Natuza ocupa a sétima posição entre os jornalistas mais atacados na rede social X (antigo Twitter) e a quinta posição no Instagram.
“Absolutamente inadmissível que um agente da lei contribua de qualquer maneira para criar desassossego para uma profissional que diuturnamente já sofre na pele as agruras dos ataques pessoais nas redes sociais”, destaca um dos trechos do documento encaminhado às autoridades policiais.
O SJSP também questiona o papel do policial que “deveria agir com urbanidade na vida privada e zelar pela segurança física e psicológica de todo e qualquer cidadão” e cobra as devidas medidas capazes de garantir a celeridade e rigor que a apuração do caso requer.
Trecho do ofício enviado à corregedoria:
Ao alertar quanto à escalada da violência praticada contra jornalistas, o SJSP reforça o pedido à Corregedoria da Polícia Civil e à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para que intensifiquem o combate à onda de crimes contra profissionais da imprensa, que desestimula o exercício da profissão, fragiliza o direito de informação da coletividade e a democracia.