22 de novembro de 2024

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Lançada campanha no Senado contra privatização do nome Amazônia

Embaixadores de sete países amazônicos, do Comitê Gestor da Internet (CGI), do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e senadores da região deram início nesta quarta (19), no Senado, à campanha “Nossa Amazônia – Contra a Privatização do Nome Amazônia”. Por meio de uma petição eletrônica (www.nossaamazonia.org.br), o movimento promove um abaixo-assinado contra a pretensão da gigante do comércio online Amazon de obter na internet o domínio genérico do sufixo .amazon, palavra inglesa que significa Amazônia.

Foto: Favaretti

A ação pretende  fortalecer o pedido da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), formado pelo Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Guianas e Suriname, para que a ICANN (Corporação da Internet para Designação de Nomes e Números) retire da sua lista de avaliação a solicitação feita pela multinacional norte-americana.

“Isso funciona no âmbito da internet como uma patente, qualquer outro país, região, cidade, povos e entidades que queiram utilizar o sufixo .amazon teria que não só pedir licença, mas também a ela pagar. Por isso, queremos transformar essa luta para além do institucional, envolvendo a população, entidades, parlamentares de todos os níveis para dizer não a esse pleito de uma empresa privada”, disse a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

O diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Itamaraty, Benedicto Fonseca Filho, explicou que o assunto será debatido na reunião do comitê gestor de governos (GAC) da ICANN  no próximo mês, em Durban, na África. 

“Nossa preocupação é que do ponto de vista político temos um apoio expressivo, mas não há unanimidade. Por isso, precisamos do apoio da sociedade”, afirmou. Ele explicou ainda que a reunião do GAC não é decisiva, mas aprovando uma recomendação favorável será importante para barrar as pretensões da Amazon. 

O coordenador-geral do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rubens Gomes, disse que mais do que uma questão de identidade geográfica, a luta envolve a cultura e a vida de todo o povo da região. Ele protestou contra a Amazon, que pelo domínio da marca, ingressou na Justiça contra o canal de tevê Amazon Sat, de grande importância na região. Ele diz que a entidade estará empenhada na mobilização do movimento social no Brasil e em todos os países amazônicos.

O secretário-geral da OTCA, embaixador Robby Ramlakha, teve uma sugestão acatada para fazer a tradução do site da petição em pelo menos três idiomas. Ele prometeu empenho para levar a campanha para todos os países amazônicos.

Ao defender o modelo brasileiro por levar em conta os interesses públicos, o secretário-geral do CGI, Hartmut Richard Glaser, diz que a Amazon pretende utilizar a fama e o prestigio no nome Amazônia apenas por interesse econômico. “Eles querem controlar tudo que vem antes do amazon, a exemplo, de manaus.amazon, bolivia.amazon, isso não dá para apoiar”, protestou.

Ainda estiveram presentes no evento os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), João Capiberibe (PSB-AP), Natascha Halfhuid, ministra Conselheira da Embaixada do Suriname; Lerlin Udho, embaixador da Guyana; Percival Henriques de Souza Jr, do CGI; Laura Donoso, embaixadora Equador; Ricardo Montenegro, embaixador da Colômbia; Raúl Meneses, Secretário no Peru; e José Carlos Torven, diretor da Federação Nacional dos Jornalistas.

Fonte: Campanha Nossa Amazônia