Aconteceu na tarde desta quarta-feira (24), no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, a coletiva de imprensa onde foram divulgados os dados do Plebiscito Popular da Assembleia Constituinte e Soberana da Reforma Política. Segundo as entidades organizadoras, 7,75 milhões de pessoas de todo o Brasil participaram do plebiscito. Deste número, 1,74 milhão de votos se deram na plataforma digital e 6,9 nas urnas físicas. 97,05% votaram favoráveis a uma constituinte da reforma política e 2,57% contra.
Por Marcelo Hailer, na Fórum
Para o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, o resultado é um sucesso. “Nós conseguimos coletar quase 8 milhões de votos, isso significa o país de Portugal e, para se ter uma ideia, no referendo da Escócia (pela independência do Reino Unido) votaram 4 milhões. Isso é um resultado extraordinário, levando em conta que a mídia tradicional boicotou o plebiscito”, avaliou.
Freitas considera que este resultado revela um Brasil “ávido por uma reforma política”. “Temos que ter o marco regulatório da comunicação para que não tenhamos essa desinformação”. Para o presidente da CUT, o papel da imprensa tradicional em torno do plebiscito, além do notório silenciamento, representou também uma forte desinformação. O sindicalista também informou que entre os dias 14 e 15 haverá um encontro com os representantes dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo para entregar os quase 8 milhões de votos. Um grande ato em Brasília também está previsto para acontecer nessas datas.
João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST (Movimento dos Sem Terra), considerou que a realização do plebiscito popular foi importante para colocar em pauta “o sistema político que queremos”. Para Rodrigues, a realização da consulta popular sobre a reforma política deixou três heranças: “1) demonstrou que a sociedade que fazer mudança, já que 97,5% votaram a favor; 2) esse resultado é fruto das mobilizações de rua; 3) uma ótima injeção de ânimo. Perdeu aqueles que ficaram de fora”.
Rodrigues também ressaltou que a reforma política vai beneficiar setores da sociedade que não são representados pelo Estado. “Essa reforma vai beneficiar a classe trabalhadora, mulheres, negros, sem terra, homossexuais, todos estes que ainda não têm representação no Estado”, finalizou.