Após o pedido da prisão de Lula feito por Sergio Moro, em uma sequência de episódios protagonizados pelo juiz paranaense e a sua caricata atuação na Operação Lava Jato, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela máquina de guerra do monopólio midiático, milhares de apoiadores, militantes e simpatizantes têm se deslocado à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, para prestar solidariedade ao ex-presidente.
O pedido de prisão, expedido na velocidade da luz em evidente orquestração entre os atores e instituições envolvidos, resultado de uma condenação sem provas ante a gritante impunidade da corrupção – com provas – de políticos representantes das oligarquias nativas, é o estágio mais simbólico e ilustrativo, até agora, do Estado de exceção vigente no Brasil. Para condenar o cenário de suspensão das leis e da própria democracia em nome de um suposto “bem maior”, que emula a eliminação da esquerda e do petismo como se fosse uma falsa cruzada contra a corrupção, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo publicaram nota conjunta, nesta sexta-feira (6).
Para as duas frentes, que reúnem alguns dos principais movimentos populares de massa do país, a atitude de Moro é mais uma etapa do golpe iniciado em 2016. O documento conclama a defesa de Lula, da democracia e dos setores progressistas, afirmando que, diante das flagrantes injustiças, é legítima a rebelião e a desobediência. Confira a íntegra do texto:
Contra o Estado de exceção, liberdade para Lula
A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, representando os principais partidos e movimentos progressistas do país, repudiam o mandato ilegal de prisão contra o presidente Lula.
A decisão tomada pelo juiz Sérgio Moro expressa mais uma etapa do golpe de Estado contra a democracia, as conquistas do povo brasileiro e a soberania de nossa nação.
Prender o histórico líder da classe trabalhadora para impedi-lo de participar do processo eleitoral é o objetivo que mobiliza os setores mais reacionários do sistema de justiça, dos meios monopolistas de comunicação e das elites brasileiras.
O bloco golpista, ao rasgar a Constituição de 1988 e recorrer à perseguição judicial contra o ex-presidente, tem como intenção implantar, a ferro e fogo, sua agenda antipopular, antinacional e antidemocrática.
Seus porta-vozes forjaram um clima de intolerância e ódio, animando grupos neofascistas e incentivando a violência contra a esquerda e os movimentos sociais.
A única resposta digna e patriótica contra essas agressões é a resistência.
Desde a histórica cidadela dos trabalhadores brasileiros, em São Bernardo do Campo, convocamos todos os democratas a cerrarem fileiras em defesa da liberdade do presidente Lula e contra o arbítrio.
Estamos ao lado do presidente Lula nessa batalha decisiva, juntos na luta por suas prerrogativas constitucionais, dispostos a resistir contra a truculência e a mesquinharia dos que tomaram as instituições de assalto.
Estradas estão sendo bloqueadas. Mobilizações despontam nas principais cidades e regiões. Vários governos denunciam ao mundo os atropelos em curso.
Convocamos todos a se somarem aos atos unitários programados para hoje e nos próximos dias em todo Brasil. E todos que puderem se dirigir imediatamente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Também orientamos a que sejam organizados comitês populares em defesa da democracia e da liberdade do presidente Lula.
Não nos calaremos diante da injustiça.
Contra as armas da tirania, os povos e os cidadãos têm o direito à desobediência e à rebelião.
São Bernardo do Campo, 6 de abril de 2018
Frente Brasil Popular
Frente Povo Sem Medo