O debate presidencial da Rede Globo não vai realizar nenhuma avalanche política nos próximos dias, mas provavelmente fará o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, interromper sua curva de crescimento.
Bolsonaro foi o mais criticado pela sua ausência, mas não só. Também pelas suas propostas que podem fazer o país voltar aos anos 1930, antes da aprovação da CLT.
Boulos, Haddad, Ciro Gomes, Meirelles, Marina e até Alckmin destacaram que questões como o fim do 13° salário, da licença maternidade e de outros direitos são um atraso para o país.
Se Bolsonaro estivesse no debate poderia ter perdido mais. Sua estratégia de ter ido dar entrevista na Record, deste ponto de vista, foi muito inteligente. Mas se isso lhe garante reduzir danos pela ausência, certamente não lhe levará a ter benefícios.
Boulos, Haddad e Ciro
Ciro foi bem no debate, mas foi crescendo no percurso dos blocos e acertando o discurso. No início atacou tanto Bolsonaro quanto o PT, buscando o voto útil.
Ciro Gomes, de qualquer forma, não deve subir o necessário nas pesquisas para ir à rodada final da eleição, que é o seu grande objetivo. Mas sai maior do que entrou nesta disputa.
Fez um histórico discurso contra a ditadura militar e teve tranquilidade e brilho no debate com Meirelles, quando foi chamado de vagabundo. E mais do que tudo, não topou fazer Haddad de escada, atacando-o num momento tão grava da história do país.
Álvaro Dias bêbado
Alckmin fez um debate morno, como toda a sua campanha. E o PSDB deve acabar com menos de 10% dos votos. Que será uma imensa derrota e provavelmente lhe tornará um partido menor daqui para frente.
Quanto a Álvaro Dias, que buscou ser o Cabo Daciolo da noite, o presidente do PSoL, Juliano Medeiros, disse que estava em frente a ele e garantiu que estava bêbado em um post no twitter.
O debate da Globo encerra o primeiro turno de uma eleição dramática. O mais provável é que as posições não se alterem até o domingo e que haja um segundo turno equilibrado entre Haddad e Bolsonaro.