22 de novembro de 2024

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ComunicaSul retorna nesta sexta à Bolívia para fortalecer a luta pela democracia

Após cobrir as eleições bolivianas de 20 de outubro, vencidas pelo presidente Evo Morales, o Coletivo ComunicaSul de Comunicação Colaborativa retorna nesta sexta-feira ao país andino para fortalecer a luta pela democratização e a integração regional. A viagem se dá a convite de associações comunitárias de El Alto e Cochabamba, cujos moradores foram diretamente atingidos pelas covardes e brutais ações dos golpistas.

Na agenda de reuniões, em várias cidades, encontros com lideranças populares, parlamentares e autoridades que se mantêm firmes na defesa da democracia, e também de familiares dos mais de 30 mortos por policiais e militares fascistas. A lista de vítimas é acrescida de 700 feridos à bala e centenas de presos e torturados por terem expressado firme oposição à autoproclamada presidenta Jeanine Áñez e suas orientações racistas.

“A expectativa é que, a partir do diálogo mais amplo e do acesso a um levantamento minucioso, possamos dar elementos à reflexão e contribuir com os organismos nacionais e internacionais para pôr fim ao atual reino da impunidade, garantindo que se faça justiça e redemocratize a Bolívia”, declarou o repórter Leonardo Wexell Severo, redator do jornal Hora do Povo e colaborador da revista Diálogos do Sul, que estará representando o ComunicaSul.

O fato, assinalou Severo, “é que no que diz respeito à mídia local, o que impera é o reino do silêncio, da manipulação e da mentira, variando entre a covardia e a festiva parceria com o desgoverno, empobrecendo demais a cobertura jornalística propriamente dita”. Um dos exemplos citou, foi a recente reunião de organismos de direitos humanos da ONU com famílias dos manifestantes assassinados em Senkata, que não recebeu sequer uma nota de rodapé nos meios locais.

A denúncia aos conglomerados de comunicação faz parte da trajetória do jornalista que, entre outros livros, é autor de “Latifúndio Midiota, crimes, crises e trapaças” (Editora Papiro, 130 páginas) e de “Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo” (Editora Limiar, 110 páginas), que traz uma série de reportagens realizadas em Santa Cruz, Tarija e La Paz sobre a relevância do processo de nacionalização dos hidrocarbonetos para o começo da industrialização e da redistribuição da riqueza, em oposição ao receituário concentrador e entreguista “made in USA”.

Sobre o ComunicaSul

Em tempos de apologia a ditadores e torturadores, o compromisso do coletivo é não se intimidar e fazer com que a democratização da comunicação jogue um papel fundamental para oxigenar as nossas sociedades e visibilizar suas reivindicações, dando vez e voz aos silenciados.

Articulação iniciada em 2012, o ComunicaSul é formado por jornalistas da mídia alternativa brasileira com a missão de romper o bloqueio informativo sobre grandes eventos políticos do continente. No currículo, o ComunicaSul conta com a cobertura de vitórias eleitorais de Hugo Chávez, na Venezuela (2012), Rafael Correa, no Equador (2013), Evo Morales, na Bolívia (2014 e 2019) e Alberto Fernández, na Argentina (2019), além de diversas lutas políticas e sociais na Argentina, Paraguai, Guatemala e Honduras.

A iniciativa partiu da necessidade de oferecer ao público brasileiro notícias e reportagens diretamente da fonte, sem intermediação de que distorcem a realidade em função de seus interesses ou de seus patrocinadores. A fim de efetivamente constituirmos um ambiente mais plural e diverso de informações e opiniões sobre os acontecimentos nacionais e internacionais, é preciso criar instrumentos para produção própria de conteúdo. O http://WWW.comunicasul.info é uma resposta à manipulação que aliena e imbeciliza.

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