A jornalista Tereza Cruvinel vem reforçando o apelo à sociedade para tentar barrar a privatização da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) pelo governo Bolsonaro. A EBC apareceu numa lista divulgada pelo ministro da Economia Paulo Guedes com outras estatais que podem ser vendidas pela União.
Primeira presidenta da EBC ainda no governo Lula, Tereza Cruvinel participa neste sábado (30) da mesa “A comunicação como questão estratégica” ao lado dos jornalistas Altamiro Borges, Fernando Moraes e Kiko Nogueira.
Por Rafael Duarte*
Para ela, o fortalecimento da comunicação pública no Brasil está diretamente ligado ao estímulo do pensamento crítico da sociedade:
– Se o cidadão tivesse pensamento crítico e fosse melhor informado não teria acreditado em mamadeira de piroca nem em kit gay”, disse a jornalista numa alusão às duas principais fake news disparadas durante campanha eleitoral de 2018.
A ideia, segundo ela, é que mesmo desestruturada, a empresa seja mantida viva do ponto de vista jurídico:
– Estamos dizendo, olha, mesmo que a EBC esteja doente agora, no futuro quando a democracia abrir as asas sobre nós novamente a gente volte a reativá-la”, afirmou.
A perseguição na EBC começou logo após o golpe de 2016, durante o governo de Michel Temer, que demitiu o presidente da empresa Ricardo Mello mesmo tendo mandato assegurado por lei. Temer também acabou com o conselho curador, órgão com participação da sociedade civil.
– A primeira medida do governo Temer foi demitir o presidente da EBC que tinha mandato e acabar com o conselho curador. E agora o Bolsonaro quer liquidar e incluiu na lista de privatizações”, disse.
*Especial para a Agência Saiba Mais e Barão de Itararé