Comunicação e cultura: tudo a ver. Esta foi a grande conclusão da mesa de debate que encerrou o Seminário Os desafios da comunicação nas administrações públicas, na tarde deste sábado (30), em Salvador/BA. A mesa, coordenada pelo jornalista do Brasil 247, Mauro Lopes, contou com a participação de Célio Turino, ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura; Maria Marighella, assessora especial da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia; e Ivana Bentes, diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Por Emanoel Souza de Jesus
Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Turino destacou os Pontos de Cultura como um excelente exemplo de política pública que une a Cultura e a Comunicação. Segundo ele, o projeto tem por objetivo encontrar os pontos de potências nas comunidades e ajudar a desenvolvê-los. Todos os pontos contam com estúdio multimídia, o que permite que as comunidades possam dar visibilidades a sua cultura e à realidade local, No auge do projeto, foram implantados 3500 pontos e 1.100 municípios.
Já Maria Marighella destacou a importância de um seminário de comunicação se encerrar com um debate da dimensão da cultura para a emancipação humana e que “podemos através da cultura firmar um campo democrático na atual conjuntura”.
A professora Ivana Bentes, buscou debater as mudanças que a “Cultura Digital” trouxe para a comunicação. “Com as novas tecnologias, todos passamos a ser mídia, a ser comunicadores”. Isto permitiu dar visibilidade às lutas indígenas, dos movimentos feministas, negro, LGBT e a conquistar muitos avanços. Mas o fenômeno também permitiu o surgimento das fake news, de ataques misóginos, racistas e homofóbicos.
Para ela, neste ambiente distópico e de grande polarização, a cultura está no centro da disputa política e o desafio é a construção de uma narrativa que enfrente o atraso, além da necessidade de renovação também na linguagem.