O ex-ministro da Cultura e atual secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, apontou para o fim, em sua conta do Twitter, nesta quinta-feira (6), dum dos principais mitos do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) da área da Cultura: o de acabar com a Lei Rouanet e, no caminho, reduzir a sua concentração de recursos.
De acordo com Sá Leitão, “os autoritários que comandam a cultura federal são trapalhões e produziram involuntariamente o inverso. A lei continua, a captação foi recorde e a concentração cresceu”.
Por Julinho Bittencourt, na Fórum
O secretário, que foi chefe de gabinete do ex-ministro Gilberto Gil, alerta que “o aumento do valor captado por projetos culturais é uma ótima notícia. Significa que a economia cresceu, as empresas ignoraram as diatribes bolsonaristas e os projetos estão acontecendo. Mas a concentração, não. Ela ocorreu porque Frias & Cia. pararam de aprovar novos projetos”.
Recursos em projetos já aprovados
De acordo com ele, “as empresas patrocinadoras tiveram que colocar os recursos em projetos que já estavam aprovados, com prazo de captação em vigor”. O resultado, alerta, foram “mais recursos para menos projetos. Além de autoritários e trapalhões, são incompetentes. Um pesadelo que tem prazo de validade: 31/12/22!”
Se vc votou no Bolso para acabar com a Lei Rouanet e no caminho reduzir a concentração de recursos… Dançou! Os autoritários que comandam a cultura federal são trapalhões e produziram involuntariamente o inverso. A lei continua, a captação foi recorde e a concentração cresceu. pic.twitter.com/1b5Lie2nNx
— Sérgio Sá Leitão (@sergiosaleitao) January 5, 2022
Ataques a Ivete Sangalo e Zé de Abreu
Horas após receber alta hospitalar nesta quarta-feira (5), Bolsonaro deu uma entrevista coletiva ao lado do seu médico Antônio Luiz Macedo, em que afirmou que trabalhou durante as férias.
Sem nenhuma ação concreta aprovada no período, Bolsonaro citou a mudança na Lei Rouanet e criticou a cantora Ivete Sangalo e o ator Zé de Abreu. A Secretaria de Cultura anunciou que avalia reduzir em 50% o teto do benefício, o que revoltou diversos artistas.
“Queremos a Lei Rouanet para atender aquele artista que está começando a carreira e não para figurões ou figuronas como a querida Ivete Sangalo. Está chateada? Está. Zé de Abreu está chateado? Está. Porque acabou aquela teta deles gorda de pegar R$ 10 milhões por ano da Lei Rouanet e defender o presidente de plantão. Não quero que me defendam, mas que falem a verdade ao meu respeito”, afirmou.