6 de julho de 2024

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“Governo Lula precisa ter outro olhar para as mídias alternativas”, diz presidente da ABI, Octávio Costa

“Um problema grave da comunicação de Lula é que os feitos do governo não chegam na população”, analisa o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Octávio Costa, em live realizada com a mídia alternativa, na terça-feira (25), no canal do Barão no YouTube. Segundo ele, é preciso fortalecer os meios alternativos e a comunicação popular, pois são fundamentais para democratizar a comunicação.

Durante a transmissão ao vivo, Octávio Costa, que tem 50 anos de carreira no jornalismo passando por diversos meios como a Editora Abril, o Jornal do Brasil e a Revista IstoÉ, fez um balanço da comunicação do governo Lula em seus sete primeiros meses. Ele saudou iniciativas como a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) voltar a ter status de Ministério, mas criticou a falta de aporte para as midias independentes.

Segundo ele, apesar de o governo priorizar áreas como a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que acabou de lançar o CanalGov, e a TV Brasil, ainda faltam investimentos para a mídia alternativa e comunicadores populares, especialmente, na repartição da publicidade oficial – segundo números divulgados nesta terça, veículos ligados a Rede Globo detêm 57% do bolo publicitário.

“Mais da metade da verba publicitária governamental é destinada para a Rede Globo, mas isso não garante, em momento algum, algum tipo de apoio ao governo. A imprensa burguesa tem interesse econômico e representa uma classe social, então não dá pra confiar, tem que ter um outro olhar”, critica o jornalista.

De acordo com o presidente da ABI, um dos desafios da pasta é consolidar relações com os meios alternativos. “A comunicação do governo tem que aprender que essa proximidade [com a grande mídia] não leva a nada. É preciso fortalecer sim a mídia alternativa, porque são esses os veículos que defendem as suas posições”, alerta.

Octávio Costa destacou ainda o trabalho da ABI com a comunicação popular e as rádios comunitárias. “O objetivo é transformá-las em algo maior. Queremos dar espaço dentro da ABI e isso está em andamento. A ideia é que a iniciativa seja nacional”, ressalta.

“Sou muito otimista em relação ao governo Lula. A área da comunicação lida com questões vitais, por isso ela tem que chegar nas camadas populares, mostrar suas ações e que tem compromisso com as maiorias da população”, conclui.

A transmissão ao vivo faz parte de um ciclo de entrevistas organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé cuja proposta é discutir o que está sendo e o que deve ser feito em termos de políticas públicas para democratizar a comunicação em seus diversos setores.

A entrevista contou com a apresentação de Felipe Bianchi e a participação das jornalistas: Katia Marko, do Brasil de Fato-RS e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), Marina Valente, diretora de Profissionais de Mídias Alternativas e Comunitárias do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce) e fundadora da agência Metamorfose Comunicação e Lourdes Nassif, redatora-chefe do Jornal GGN.

Assista abaixo a íntegra da entrevista. Ajude a divulgar e fortaleça o #CanalDoBarão!