25 de junho de 2024

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‘Se algo me acontecer, Michelle é responsável’, diz influencer ameaçada

Desde que, no dia 4 de janeiro, a influencer pernambucana Karina Santos teve uma de suas postagens replicada nas redes sociais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ela vem recebendo ameaças e ofensas xenófobas de internautas que descobriram seus dados pessoais. “Terrivelmente petista. Como uma boa comunista-caviar, ama um dinheirinho”, escreveu Michelle, em um story do Instagram. Era uma resposta a um post de Karina que replicou meme no qual o casal Bolsonaro aparece preso, junto ao texto “que tudo se realize no ano que vai nascer”.

Por Chico Alves/ICL Notícias 
Foto: Camilla Campos

“Michelle me marcou na postagem dela, para avisar que estava me atacando. A partir daí, minha vida virou um inferno, passei a receber mensagens com ameaças, incentivo ao suicídio, xenofobia”, conta Karina, que é militante do PT. “Foi um ‘apito de cachorro’ (mensagem que só um determinado grupo sabe decifrar)”. A influencer, cujo conteúdo tem várias críticas a Jair Bolsonaro e seus apoiadores, registrou o caso na delegacia e a Polícia Civil de Pernambuco passou a investigar os ataques.

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Por um tempo, houve redução na onda de ataques, mas depois que a história foi divulgada na imprensa, eles voltaram com força e de uma forma mais grave. “Agora tem um agravante: eles sabem o meu endereço, eles sabem o meu e-mail, eles sabem o CPF, meu RG, nome do meu pai, da minha mãe…”, conta Karina. Ela acionou a delegacia de novo e avalia pedir segurança.

“A polícia está ciente. Qualquer coisa que me acontecer, Michelle tem responsabilidade”, diz. “Meu filho de cinco anos está sendo atacado, mandaram mensagem dizendo que eu seria a próxima Marielle. Muitos influenciadores são atacados e eu sou a da vez.”.

Apesar de tudo, Karina garante que não vai recuar. “Sou uma mulher nordestina que faz política, que é petista, que é socialista e que defende o PT sem receber nada por isso, que defende o Lula. Represento tudo que eles odeiam”, afirma. “Podem tentar me intimidar, mas eu continuarei a defender o projeto político em que eu acredito”.

E conclui: “Ser odiada pelo bolsonarismo é sinal de que estou no caminho certo”.