O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou na semana passada liminar em que o “bispo” Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e dono da Record, pedia a exclusão do documentário “O Diabo do Tribunal” (2023) do catálogo da Netflix. O religioso metido a censor alegou que teve sua imagem associada negativamente a um caso real da Justiça dos EUA – em que um réu afirmou ter cometido um assassinato por estar “possuído por um demônio”.
Altamiro Borges
A ação também foi movida por Renato Costa Cardoso, que é tido como o “número dois” da Iurd e é casado com a filha de Edir Macedo, Cristiane Cardoso, que atualmente é a diretora de dramaturgia da TV Record. “Eles pediram uma tutela de urgência para que o documentário fosse retirado de circulação. Em sua defesa, disseram que tiveram a imagem prejudicada pela repercussão da obra. Os advogados reforçaram que os trechos em que os bispos aparecem teriam sido utilizados sem seu consentimento”, relata o site de entretenimento Notícias da TV.
Possessões demoníacas e sessões de descarrego
Mark Zuckerberg (Meta), Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (AmazA juíza Paula da Rocha e Silva, porém, indeferiu o pedido sob o argumento de que a exclusão do documentário configuraria censura. Em sua sentença, a magistrada aponta que não houve “perigo de dano grave de difícil reparação”, uma vez que os rostos de Edir Macedo e Renato Cardoso não aparecem, o que tornaria “a identificação quase imperceptível”. Além disso, ela alegou que os trechos em questão são curtos e que o foco do filme não é a atuação da Igreja Universal.
“As possessões e as ‘sessões de descarrego’ feitas ao redor do mundo são apenas mencionadas. Em dado momento do documentário, a Netflix veicula a título exemplificativo imagens de sessões feitas por Macedo e Cardoso em sua igreja. ‘Em rápida pesquisa na internet, é possível verificar vídeos disponibilizados na plataforma do YouTube, em conta do próprio autor Edir Macedo, no qual ele realiza a libertação de uma ‘possessão demoníaca’ em um de seus fiéis, de modo que, até os dias de hoje, sua igreja realiza as chamadas sessões de descarrego”, pontuou
a juíza.
Com a rejeição da censura, o documentário “O Diabo no Tribunal” segue disponível no catálogo da Netflix. O bispo-censor, porém, ainda pode recorrer da decisão.on), Shou Zi Chew (TikTok) e Sam Altman (Open AI)