Texto e fotos por Felipe Bianchi
Formada por mais de 30 organizações do movimento social, a Frente Povo Sem Medo concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (22), na sede do Barão de Itararé, em São Paulo, para denunciar a ameaça golpista e convocar as bases para saírem às ruas em defesa da democracia. “Não se trata de defender o governo. O que está em jogo é o direito de lutar por direitos”, afirmou Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
O ato “Em defesa da democracia, a saída é pela esquerda!” ocorrerá na quinta-feira (24). A marcha sairá do Largo da Batata e percorrerá cerca de 6km até a sede da Rede Globo. “Encerraremos o ato na Globo para denunciar o golpismo da mídia”, diz Boulos. “É indiscutível o papel de articulação do golpe desempenhado pelos grandes meios de comunicação”.
Composta, em sua grande maioria, por entidades que têm posições bastante críticas ao governo Dilma Rousseff, a Frente Povo Sem Medo deixa claro que o momento transcende questões partidárias. “Os ataques não são só contra o PT, mas contra tudo e todos que são de esquerda nesse país”, opina Boulos.
“Subestimar a capacidade dos movimentos populares é desconhecer a história de lutas e resistência do povo brasileiro. Se em algum momento acharam que colocariam o bloco na avenida sem encontrar resistência popular, se enganaram. Os movimentos populares não deixarão a democracia, ainda que frágil e precária, ser golpeada sem luta e resistência” (Guilherme Boulos)
Para Edson Carneiro, o “Índio” da Internsindical, a escalada de ódio e intolerância é uma ameaça aos setores populares em geral. “O que está sendo gestado vai contra a classe trabalhadora e toda a esquerda”, sublinha. “É hora de sairmos às ruas em defesa da democracia brasileira, independe de questões como governo ou partidos. Vai ter luta, vai ter resistência e vai ter enfrentamento. Vamos lutar pela democracia, no amor ou na dor”.
O dirigente também destacou que, apesar do enfrentamento da Intersindical e demais entidades da Frente Povo Sem Medo ao governo Lula, a ‘caçada’ jurídica e policial ao ex-presidente abre graves precedentes no país. “O que está sendo feito, seja por parte do juíz Sérgio Moro ou do Ministério Púbico de São Paulo, atropela a legalidade”.
Paulo Otávio de Almeida, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, e André Takahashi, das Brigadas Populares, também compuseram a mesa. Para eles, o momento é de unificação das forças de esquerda no país, sob pena de ruptura da ordem democrática.
Confira a íntegra da coletiva, transmitida em tempo real pela Tv Drone:
Todos às ruas no 24 de março
A mobilização da Frente Povo Sem Medo não ocorrerá apenas em São Paulo. Também estão previstos atos para o Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Recife e Curitiba. Os anúncios oficiais de horários, locais e demais cidades a realizarem manifestações será feito pela página da Frente.
A iniciativa já recebeu apoio de diversos artistas, juristas e lideranças políticas. Nomes como os de Gregório Duvivier, Laerte Coutinho, Preto Zezé das Quadras, Maria Rita Kehl, Jorge Souto Maior, Leonardo Sakamoto e Leda Paulani já se manifestaram endossando os atos. Além disso, a Frente Povo Sem Medo prevê a participação de parlamentares de partidos diversos.
Acesse o evento e saiba mais sobre o ato de São Paulo: https://www.facebook.com/events/965261440232144/